domingo, 30 de abril de 2017

Futebol de Botão, a paixão na vida do artesão João Carrieri

Conheça a história de seus botões no estilo 'tampa' de relógio feitos com maestria, carinho e dedicação

Botões para Sempre conversou pessoalmente com o botonista e artesão de botões, João Carrieri. Desde o início do blog, em 2010, ele se identificou muito com as minhas postagens, pesquisas e curiosidades das antigas fábricas que encerraram as atividades, como a Brianezi. Recebi de presente, aliás, isso foi mais que um presente, um lote maravilhoso de quatro times de sua arte que são: Velez Mostar, da Bósnia, Dínamo de Tbilisi da Georgia (ex-URSS), Marília (SP) e Vila Nova (GO). Artes belíssimas estampadas em lentes de 42 mm e 45 mm. Feitas com afinco e uma precisão incrível. Notem os botões perfeitos no estilo 'Brianezi', com as faixinhas e números feitos 'um a um', no mesmo brilho que a saudosa fábrica despachava no Belenzinho. "Nesses últimos dias consegui finalmente fazer cópias dos times da Brianezi. Tinha esse sonho, estudei bastante uma fórmula de reproduzir mais fielmente aqueles botões clássicos. Acho que, enfim, cheguei num modelo bem aceitável", analisa.
Em falar em Belenzinho, Carrieri mora relativamente perto de onde ficava a lojinha e a lendária indústria de brinquedos e jogos. "Nasci em 1968 e a marca Brianezi em 1972. Apesar disso, tive poucos times dessa marca, pois na época eram caros para meu pai. Mas me lembro de quando eles começaram a vender as lentes transparentes, que, depois virou um sonho para mim", recorda.
Os primeiros botões que surgiram em sua casa datam da segunda metade dos anos 70. Os famosos modelos 'panelinhas', da marca Estrela, do Corinthians e Palmeiras (este último, seu time de coração), com apenas o rostinho pequeno dos jogadores sempre em preto-e-branco, foram os que desembarcaram em sua coleção durante a infância. "Infelizmente estes botões foram doados antigamente. Recordo-me que havia também uma antiga papelaria de nome 'Yara' que visitava com certa frequência. Ficava encantado com as prateleiras lotadas de botões Bolagol", recorda.

Paixão pelo futebol do 'velho' Leste
O artesão gosta de times alternativos e os mais exóticos da Europa, bem como as seleções menos afamadas. Para se ter uma ideia, Carrieri fabrica a seleção cubana, que nenhum antigo fabricante nos anos 70 produziu, segundo consta nestes catálogos da Brianezi e Bolagol. "Assim como você, tenho admiração pelas seleções e clubes do Leste Europeu. Isso que me fez encontrar seu blog, pois sempre que pesquisava alguma coisa acabava entrando aqui", lembra.
Chegou a jogar futebol de mesa, digamos 'profissionalmente', entretanto, não curtia aquele processo com regras 'ferrenhas' de não poder comemorar o gol, o que tornava o jogo um pouco sem graça. "Fiquei uns 20 anos sem jogar, até encontrar um pessoal que jogava em garagem, com botões no estilo 'capa' de relógio. Vi que havia disponibilidade de material para confeccionar meus guerreiros, que sempre foi uma das minhas especialidades", diz.
A partir daí começou a elaborar alguns times e seleções, tanto novos modelos como cópias dos antigos. Incentivado pelos amigos, acabou colocando a venda no site Mercado Livre, até como uma forma de incentivar esse adorável jogo, que virou esporte somente em 1988, e que anda, infelizmente, esquecido entre as crianças. "Porém, é gratificante ver as pessoas me agradecendo só pelo simples fato de poderem brincar novamente sozinho ou com seus filhos. Mas, sobretudo, de as crianças amarem novamente o esporte", conclui.


Carrieri com seu ídolo, o craque Ademir da Guia
Amigos de Pernambuco que jogam campeonatos com os botões produzidos por Carrieri
"Fico feliz quando as crianças admiram e praticam este adorável esporte". Os botões de Carrieri se espalharam pelo querido Nordeste
Reparem na precisão e na riqueza dos detalhes no estilo 'Brianezi'. Time bósnio Mostar que entra para a coleção de Botões para Sempre e que participará de minha COPA UEFA no segundo semestre deste ano.
Potinho especial com o escudo do clube. Com o time em 42mm, lembrando a lendária Brianezi.
O time da ex-Iugoslávia perfilado em 1977!
Mostar em 1973. Reparem no fundo deste visual lindo da sofrida Bósnia. E que maravilha foi ter visto essa seleção participar de sua primeira Copa do Mundo aqui no nosso Brasil.
Dínamo Tbilisi da Georgia. Lentes da marca Crakes originais. Durante a Copa de 1982, cinco jogadores que pertenciam a este esquadrão soviético, participaram da Copa do Mundo na Espanha. Mais um reforço de peso para minha UEFA.

O Dinamo Tbilisi campeão em 81
O Marília no estilo 'camisas', que quando vi, me lembrou a famosa marca Sportec, do Itaim Bibi. A diferença está no detalhe no nome dos jogadores do clube. Abaixo detalhe de mais um time em 42mm, que é o Vila Nova/GO.
Quem não gostaria de ter uma seleção exótica como Cuba? Lindo time fabricado por Carrieri, um de seus sucessos.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Botões para Sempre tem um legado a deixar

O Futebol de Botão está em extinção? Não! Até podemos dizer que esta eterna brincadeira de criança deixou de ter seu brilho como teve antigamente, especialmente nos anos 60, 70 e 80. Mas, várias pessoas já me avisaram e agradeceram pelo simples fato de 'Botões para Sempre' existir. 
De uma forma ou de outra, as postagens 'emotivas' no blog (sou neto de napolitanos com orgulho e falo a verdade, doa a quem doer), as histórias dos clubes e seleções, com seus escudinhos e toda a temática que envolve os antigos e extintos fabricantes de futebol de botão estão contagiando muita gente. Não é exagero nem muitos menos, propaganda e arrogância. Ao contrário. E nesse mundinho de colecionismo me deparo com muita arrogância, traição, mentira, desonestidade, sim, na questão 'grana' e também humildade e honestidade, gente do bem e de caráter.
Depois da criação de Botões para Sempre, em novembro de 2010, vários outros blogs surgiram por causa do nascimento do meu site e das postagens temáticas sobre a história do botão. E, o mais importante, consegui conquistar (mesmo se apenas um pouquinho) uma paixão antiga que muitas pessoas tinham enterrado de vez: ou seja, pegar os botões nas mãos, jogar partidas, voltar com tudo e até a ficar novamente 'louco' em querer colecionar tais peças.
Assim foi com o amigo do Rio, o grande violonista brasileiro Maurício Carrilho, que deixou uma entrevista de agradecimento pela criação e leitura contagiante, diz ele, do meu blog.
Em breve, na semana que vem, teremos entrevistas e postagens, com mais matérias de pessoas que, através do blog, ficaram encantados com a minha paixão dos pequenos guerreiros em miniatura e voltaram a praticar o hobby, criando equipes, pesquisando dados, enfim, tudo a partir da leitura do blog. Quando criei o blog vi que ele poderia ser útil no quesito informação, não apenas mostrar botão e fotografar sem dar o crédito de quem possui. Não faço este tipo de serviço. Meu trabalho é aquele que devemos fazer todos os dias, com dedicação e respeito ao seguidor.
Na semana que vem, teremos mais alguns apaixonados pelo futmesa que estavam adormecidos com o esporte. Através do blog fico feliz e lisonjeado que algumas pessoas estão voltando a gostar do futmesa por causa de Botões para Sempre
Não pensei que iria deixar um LEGADO. Mas o que posso perceber que o 'Legado' está sendo feito todos os dias, desde 01 de novembro de 2010, quando iniciei a minha primeira postagem.
Na vida temos muitos legados. Precisamos construir este legado até o dia de nosso desencarne. O legado de Botões para Sempre é simples, pequeno, apenas a construção e volta de um esporte que antigamente era uma lúdica brincadeira, um jogo de botão, como ele ainda pode ser chamado. 
E percebi, depois de quase 07 anos, que Botões para Sempre tem um legado a deixar. Assim seja.
Vida que segue...
E viva o 'velho' Futebol de Botão!
O legado, na verdade, passa de avô para filho, de pai para filhote e assim construímos nossas heranças de vida.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Ponte da Bolagol de 1966 - 1970

Time antigo e original no mesmo estilo do São Cristóvão. Ou seja, o antigo colecionador (que acredito eu, era uma criança no fim dos anos 60) adorava pintar as listras brancas dos escudos nesses pequenos papéis que vinham nos botões Bolagol, que a fábrica denominava em seus catálogos sendo suas peças de 'artefatos de galalite'. 
Time que entra para a coleção, mas sem nenhuma opção para o futmesa bem jogado, isto é, na mesa oficial 'Olliver', de Petrópolis, que fornece para todas ou quase todas as Federações Estaduais, os Bolagol não conseguem competir com os de 'tampa'. Perdem para os Gulliver para termos uma noção. Não sei como são em outras mesas e em outros campeonatos feitos por botonistas amigos, mas é sofrível.
A coleção foi histórica e bacana e não tem nada a ver com a qualidade botonística de seus atletas.
Até este exemplar original belíssimo, que pertence ao Gulliver 'carinhas' de 1977, são melhores na mesa que os Bolagol antigos.

Pisa - ITA - Brianezi 'duas faixas'

Tá aí mais um time 'mosca branca' ou 'mosca azul' fora de catálogo.
Isto demonstra que há anos venho escrevendo aqui no blog.
É interminável os times antigos tanto com faixas ou sem faixinhas que a Brianezi fez. Isso nas primeiras edições ou gerações, imagine no apagar das luzes o que a fábrica fez de encomenda.
E ainda tem gente que acredita que vai completar essa 'geringonça'. (risos).
Para alguns que não sabem o que significa geringonça, o nome tem origem na palavra em espanhol 'jerigonza'.
Digo isso por razões simples: este catálogo dos Brianezi, dos Bolagol é uma tremenda 'geringonça', tudo furado. Há 'trilhões de times' que surpreendem a cada dia minhas pesquisas de quantos 'possíveis' clubes e seleções foram feitas.
E até o fim dos tempos, no auge do apocalipse, vai ter algum cidadão no Brasil dizendo: 'ah, eu vou completar todos os times feitos pela antiga fábrica "X" ou "Y", KKKK.
Só que aí vai ser tarde, todos irão desencarnar, voltarão na Terra, e ainda não conseguirão completar. Vixe-maria.
Mas é bom sonhar, não custa nada.
Detalhe: Guilherme Biscasse, um dos maiores botonistas brasileiros, também fez o Pisa nos anos 80 em sua fábrica antiga CRAK´S.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Olha o time 'dos cadetes' também da Bolagol 60´s entrando na mesa

Reparem no escudo ainda mais antigo do que os Brianezi. O da Bolagol ainda chamava' São Cristóvão AC'. Iniciais bem antigos, pois depois o clube virou Futebol e Regatas. Aí só depois a Brianezi aplicava os decalques com o nome mais atual. Tudo o que é de Bolagol, tanto na inicial no nome do clube, como no formato dos escudos, é sempre mais antigo.
Botões para Sempre apresenta: Antigo São Cristóvão AC Futebol Miniatura - Bolagol 1960´s
Amistoso antigo internacional: Time dos Cadetes venceu o Dínamo de Zagreb por 3 a 2
1980
Olhem a evolução dos escudos

Estatísticas - curiosidades

Estava checando desde 2010, Brasil em primeiro lugar, EUA, em segundo, seguidos dos seguintes países: Portugal, Alemanha, Espanha, Rússia, França, Hungria, Itália e Bulgária. Notar que três vem do Leste onde se pratica o sectorball, vertente do futmesa. Quase 2 milhões de acessos desde 01 de novembro de 2010.
Só tenho que agradecer.
Botões para Sempre virou sinônimo de Futebol Retrô, quem viveu e curtiu aquela época era feliz e não sabia.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

England da Brianezi raro com 04 faixas - Edição de OURO 50mm

Tanto falamos de 'duas faixas'... tá aí este belo exemplar veio com 02 faixas no lado esquerdo e mais duas no lado direito, com 04 faixas no total. Celulóides flexíveis muito finos, até com desgastes na pintura. O cara tinha estes botões e juntou 'um em cima do outro', quase grudando um a um, como normalmente eu faço quando guardo os times nos gaveteiros. Portanto, vai saber quantos anos ele não entrava na mesa! Quantos anos ele não pegava nem na mão estas peças! Quantos anos, a pessoa nem mais mexia neles! Santa creche!
Mais um de celulóide do fim dos anos 70 e início dos 80 que entra para a coleção. Em breve mais novidades no blog, de postagens de belos e raros botões Bolagol e carinhas da Estrela e Onze de Ouro.
1977
78
Que copa inesquecível a de 1982: Para se ter uma ideia o selecionado inglês não perdeu nenhum jogo! Mas caiu diante da Alemanha Ocidental na pontuação geral da segunda fase.
Um dos meus ídolos naquele álbum Ping Pong de 1982. Eu recortava a carinha dele e colocava para jogar em times brasileiros! Que nostalgia, KEEGAN!
Mas, para a minha Copa do Mundo FIFA 2017 Japan, vou colocar este acima, pois será o segundo mundial com este time branquinho com faixas vermelhas e azuis, e temos que ainda testar a jogabilidade deste excelente esquadrão da Brianezi em 42mm, também, claro, em celulóide flexível.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Cruzeiro da Sportec é campeão da III Copa Sul-Americana 2017

Mais uma final brasileira. A terceira edição da Copa Sul-Americana reuniu três times brasileiros (do 6ºao 8º lugar) do Brasileiro contra os estrangeiros da América do Sul que não conseguiram vagas para a tão sonhada Libertadores. Repeteco do ano passado? Quase. No ano passado, o Piauí EC fez uma campanha linda e melhor que todos, mas parou na final contra o Flu. Desta vez, o Calouros do Ar fez a mais bela campanha, inclusive na primeira fase, estando na frente do próprio Cruzeiro, mas parou na final. A Raposa conseguiu juntar no aglomerado de pontos na final e com dois gols fora, levou o título para Minas Gerais. No começo do certame, um grande susto na Toca da Raposa. O time jogava mal e perdia, mas começou a ganhar corpo, quando ganhou do argentino River Plate. No âmbito final, a Caldense da querida Poços de Caldas ficou em terceiro e o argentino Racing em quarto lugar.
Bela final no estádio Presidente Vargas (o PV) de Botões para Sempre. Com o apoio da torcida do bairro da Aerolândia, de Fortaleza, o Tricolor da Base Aérea venceu o Cruzeiro por 3 a 2, porém não foi suficiente, pois, no jogo de ida, no Mineirão, perdeu de 3 a 1. Mais um título da Sportec, que, como disse anteriormente, é uma antiga marca de botão que compete de igual a igual com qualquer geração dos famosos Brianezi.
A campanha
Cruzeiro 0 x 2 Mineros - VEN
Calouros 3 x 1 Cruzeiro
Cruzeiro 3 x 0 River Plate
Mineros 0 x 0 Cruzeiro
Cruzeiro 2 x 2 Calouros
River 0 x 2 Cruzeiro
Semi
Cruzeiro 3 x 0 Racing
Racing 1 x 1 Cruzeiro
Final
Cruzeiro 3 x 1 Calouros
Calouros 3 x 2 Cruzeiro

sexta-feira, 14 de abril de 2017

E o Palestra feito nos primórdios da Gulliver em 1975

Primeira geração da Gulliver, metade dos anos 70, com fundo amarelo. Década de ouro do Futebol de Botão, pois naqueles idos dava gosto entrar em qualquer grande magazine da época como Mappin, Mesbla, Lojas Americanas, Jumbo-Eletro, Eldorado e comprar caixinhas e mais caixinhas contendo estas raridades. 
1975

O Internacional original - Gulliver 1980´s

O gigante Colorado feito também por antigos acrílicos da Gulliver.
1980

Guarani original da Gulliver - 1980

O Bugrão feito antigamente pela Gulliver em botões acrílicos antigos, bem melhores que os cristais de hoje. Naquela época a fábrica despachava mais de 1 milhão de jogos por ano. Dados da Folha. Já a Brianezi um pouco mais de 140 mil estojinhos/ano. A Gulliver tinha uma diferença: além de serem botões de 'brinquedos', o preço era bem acessível e encontrado em qualquer magazine, diferente dos Brianezi que entravam mais em lojas de artigos esportivos.
Que timaço inesquecível!
Olha só que raridade da Gazeta Press: 1973, partida válida pelo Brasileiro contra o extinto CEUB