Botões para Sempre traz uma reportagem dos primeiros times que foram feitos pela Indústria Santa Maria, com a marca Futebol Miniatura. Quem acompanha o blog lembrará da entrevista nostálgica que o filho do fundador da saudosa fábrica, sr. Adolpho Gonelli, nos concedeu.
A primeira fornada de botões galalite, de tamanho 3,5cm, da Santa Maria. Conversamos novamente com o ex-fabricante que relata com esmero essa preciosidade feita nos anos 40. E também brindamos com fotos dos times Jabaquara e Portuguesa Santista do amigo Dr. Moacir Peres, que nos relata minuciosamente os detalhes de sua coleção.
Segundo Adolpho Gonelli seu pai nunca citou
concorrência com os botões de galalite. "Tanto que os clichês são iguais até em alguns que
foram utilizados na coleção Bolacril".
O
diferencial desses primeiros jogos de botões, além do galalite, era um
mascote de um álbum de figurinhas histórico estampado no primeiro Manual
de Instrução da Santa Maria: o 'Futebolino'. Segundo o colecionador Peres, o
'Futebolino' é o mascote das 'Balas Futebol'. O boneco foi criado em 1942 e chegou a ter
um programa de rádio nos anos 40/50. "Quando
iniciei a coleção, identifiquei um grupo de álbuns que me chamou a atenção pela
importância histórica e passou a ser - de longe - o núcleo, a parte central, o
meu constante objeto de desejo. Trata-se de uma série de álbuns, lançados entre 1938 e 1960, pela ‘Indústria de
Balas e Chocolates A Americana’ (A.Saccomani). Ao longo do tempo, grandes
artistas gráficos - Nino Borges e Miecio Caffe - trabalharam nas capas e
na diagramação dos álbuns. Essa coleção inicial da Santa Maria é a combinação perfeita das minhas duas
vertentes de colecionismo: botões e álbuns de figurinhas", ressalta o colecionador.
Para o senhor Gonelli da Santa Maria, no caso do 'Futebolino', o Sr. Bruno
Sacomani e seu pai eram muito amigos. "A fábrica e o escritório das balas e das figurinhas
(‘A Americana’) ficavam a menos de 100m da Santa Maria e acho que usavam até a mesma gráfica e partilhavam o mesmo
clichê", aponta.
Gonelli aborda que não chegou a ver a lista total dos
times daquela época, entretanto pelo formato todos eram da Santa Maria. "Inclusive, como
o galalite não era injetável, o gol era feito de arame e tecido (filó) que
apesar de ser feito por várias funcionárias era artesanal e consequentemente lenta
a produção. Depois, com a chegada do poliestireno, as traves passaram a ser de plástico , já nos anos 50", diz.
O ex-fabricante recorda também que algumas caixas das embalagens
não tinham nada impresso, para baratear o custo. "O máximo era um carimbo para identificar o time dentro da caixa.
Na vitrine das lojas, exibiam a caixa aberta para que os clientes vissem do que se tratava", finaliza.
crédito das fotos: Acervo Moacir Peres
O mascote 'Futebolino' do álbum 'Balas Futebol'.
E o São Paulo Futebol Clube dos anos 40, o time mais antigo da coleção de Botões para Sempre