Felipe Amorim/Jornal do Commercio (PE)
Armandinho Silva Filho
é tão fanático que fundou um clube para poder jogar o futebol de mesa. Sérgio
Bernardo/JC Imagem
A família Silva Filho respira futebol de botão. A história começou lá atrás, ainda na década de 1960, no Recife, com o patriarca Armando. Torneiro mecânico da Aeronáutica, ele utilizava os restos das janelas do avião, feito do material mica para fabricar os botões e movimentar um esporte antes na moda entre jovens e adultos.
Residente do bairro de Campo
Grande, Zona Norte do Recife, Armando era a referência na fabricação do botão
feito de mica. Tanto que, relembrou Armandinho, seu filho, que uma época os
presos da Casa de Detenção do Recife (hoje Casa da Cultura) faziam os botões de
chifre de boi (material muito comum à época), mas quem dava os toques finais
pela experiência, quando necessário, claro, era seu pai.
Mesmo após perder o pai,
Armandinho, que começou a jogar futebol de botão aos 16 anos (hoje em dia, a
modalidade, após ser reconhecida pela Confederação Brasileira de Desportos,
passou a se chamar futebol de mesa), é um dos que lutam para o esporte não cair
em desuso. A paixão é tanta que, depois de 45 anos vivenciando o botonismo, no
dia 27 de novembro de 2011, data do seu aniversário, fundou o Recife Arena
Futmesa.
“O botão é minha vida, minha
grande paixão. Faço de tudo para manter acessa essa paixão do futebol de mesa,
principalmente em Pernambuco”, disse Armandinho, que nem na seção de fotos para
a reportagem parou de falar sobre o esporte e suas peculiaridades. Quando
parava, era para mostrar, todo orgulhoso, um álbum de fotografia com um pouco
da sua história como botonista. Antes do Recife Arena, ele foi atleta do Santa
Cruz e disputou diversos campeonatos pelo Brasil.
Na sua casa, todo mundo já
segurou, nem que por algum momento, uma palheta para chutar em gol, como é o caso
dos irmãos Albérico (51) e Ângela (45), e dos filhos Juliano (35) e João
Antônio (33). Os netos Davi e Salvador, filhos de Juliano e João Antônio, nessa
ordem, apesar de ainda bebês, já foram “intimados” a manter a tradição
familiar. “Tenho um campo pequeno em casa e quando ele já puder jogar, terei o
maior prazer de ensiná-lo. Não vejo a hora de isso acontecer”, disse Juliano,
que iniciou no esporte aos seis anos, depois de ver seu pai jogando pelas ruas
do bairro de Campo Grande. Hoje, assim como o pai Armandinho, ele é mais um
botonista que fará de tudo para o esporte não ser esquecido, mesmo com o passar
das gerações.
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