Nas décadas de 1970 e 80, ter um time de futebol de botão era a vontade da maioria dos meninos. Possuir dezenas deles, um desejo ambicioso. Conseguir comprar centenas então, um sonho. O jornalista Djalma Cola conseguiu materializar esse sonho de garoto, ainda que só depois de adulto, formado e independente financeiramente. Hoje, com 34 anos, ele é dono de milhares de botões.
Fã de futebol e jornalista
especializado na área esportiva, Djalma decidiu unir a paixão de infância e o
amor pelo esporte mais popular do Brasil em uma só coleção: conseguiu reunir
284 times diferentes e 13 repetidos, porém de cores variadas. No total, são
exatamente 3.267 botões, todos catalogados. O colecionador montou uma planilha
onde consta o nome de todas as equipes e as cores do time. Só de brasileiros,
são cem. Ele possui todos da elite do futebol e alguns menos conhecidos, como o
Águia de Marabá, time do futebol paraense, e o Asa
de Arapiraca, equipe de Alagoas. O acervo também expandiu para times
internacionais, com equipes da América, Europa, além de seleções americanas,
africanas, asiáticas e europeias. O jornalista explica que procura as mais
conhecidas de cada continente e as melhores classificadas pelo ranking da Fifa.
"Sempre quis fazer algum tipo de coleção. Desde pequeno comecei a guardar
os times de futebol de botão. Mas, naquela época, era difícil conseguir equipes
diferentes porque não tinha internet, comprava só o que encontrava nas lojas.
Há dois anos, resolvi me dedicar mais e comecei a comprar pelo mundo
virtual", disse.
Com o avanço da internet, Djalma
começou procurar por equipes diferentes até que encontrou uma empresa de São
Paulo que faz os botões personalizados. Quase não acreditou. "Esse cara faz
o time que eu quiser. Na primeira leva já encomendei 100 times completos e mais
50 adesivos para outros botões que eu tinha. Foi aí que minha coleção aumentou
muito", afirmou.
Início
O gosto do jornalista pelos
botões começou tão logo conheceu o jogo, em 1989. Na época com 10 anos, conta,
ele foi à casa de um primo para brincar e praticou o esporte pela primeira vez.
Bastou esse primeiro contato para ficar fascinado. Corintiano roxo, Djalma
tratou logo de pedir os botões do "timão" aos pais. Iniciou a coleção
pelo clássico do futebol paulista: Corinthians x Palmeiras. "Claro que
sempre jogava com o Corinthians. Meu camisa 10 era o Neto. Com ele, fazia
muitos gols", disse.
Como a maioria dos meninos dos 80
e 90 desejava ter mais e mais times, mas não encontrava as equipes que queria
nas lojas. Chegou a comprar os grandes times nacionais quando uma empresa
lançou a coleção do Campeonato Brasileiro, mas não passava disso. Anos mais
tarde, quando conheceu a internet não teve dúvidas, foi em busca de equipes menos
conhecidas. Adquiriu, inclusive, times da região, como Tanabi, Rio Preto,
América e Mirassol. Gastou cerca de R$ 2 mil. "Era um sonho de criança. Se
alguém chegar hoje e oferecer R$ 3 mil eu não vendo."
Botões apenas para a coleção
Quando criança, o jornalista
Djalma Cola, 34 anos, ainda dono de poucos "times", dificilmente
ficava sem jogar futebol de botão. Era sua diversão. Hoje, com 3.267 botões, a
situação se inverteu, quase não joga. O motivo: guardar para coleção e a falta
de uma mesa especial para a prática do esporte. Todas as equipes estão guardadas
em nove caixas de sapato. Separadas por país, time e seleção. Muitas delas
ainda estão lacradas com o plástico. "Já joguei muito. Hoje nem brinco
mais. Alguns amigos até me chamaram, mas ainda não fui. Estou atrás de comprar
uma mesa. Até deixei um espaço reservado aqui na sala", conta
História
O futebol de botão foi inventado
em 1930 pelo brasileiro Geraldo Cardoso Décourt. O esporte simula o futebol
tradicional, mas nele os jogadores são substituídos por botões, que são movidos
com o auxílio de uma palheta. O esporte era praticado como passatempo pela
maioria das pessoas. Em 1988, foi reconhecido como esporte oficial e ganhou o
nome de Futebol de Mesa. É praticado em quatro modalidades oficiais: disco,
bola 12 toques, bola 3 toques e dadinho. A diferença entre elas está na
quantidade de toques que cada jogador por dar na bola, formato da bola e modelo
dos botões, que podem ser lisos ou ocos por baixo. Fonte: Elton Rodrigues - Diário da Região - São José do Rio Preto - SP
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