Colecionismo: O egoísmo, em alguns casos, já é verificado na infância

Amigos e seguidores, o blog 'Botões para Sempre' nasceu com o intuito de ser 'Enciclopédia' e eu, como jornalista, sou um 'contador de histórias' por natureza, tenho ânsia em escrever. Meu blog não é somente fotográfico, como vemos em outros, longe disto, se eu não contar histórias, para mim foge totalmente do meu propósito. O meu negócio é escrever. 

Pois bem, adoro contar histórias que marcaram um pouco a minha infância. Conto um fato que me marcou muito, quando tinha cerca de sete anos, período próximo a Copa de 1982, na Espanha. Toda criança que viveu a infância, no fim dos anos 70, e boa parte dos anos 80, e que hoje virou um adulto de 30 a 40 anos, se lembra perfeitamente que a febre de brinquedos pertencia aos jogos de botões, carrinhos matchbox, bonecos Comandos em Alção, Falcon, da Estrela, Autorama, da Estrela, futebol no colégio, na rua, no parquinho dos prédios, álbuns de figurinhas, entre outros. Enfim, existia um 'moleque' no meu prédio, aliás, muitos 'moleques' que tinham o Autorama, da Estrela. Para quem se lembra, era um brinquedo com preço extremamente 'salgado', já naquela época. Os pais compravam para os filhos mais em épocas festivas, como Aniversário ou no Natal. O 'cara' era um pouco mais velho do que eu, tinha uns 10 anos. Ele tinha o Autorama, do Nelson Piquet, acredito, pela lembrança. Eu nunca tive nenhum exemplar, meu pai nunca teve condição de me presentear com este brinquedo. A lembrança que eu tive era a seguinte: fui algumas vezes tocar a campainha na casa dele, ele abria a porta e dizia: 'Aqui ninguém entra para brincar'. E fechava a porta, batendo. Parece que inicialmente todos visitavam a casa dele e todo mundo sabia do brinquedo que ele tinha e era coqueluche na época. Ficava triste e voltava para meu andar, chorando. Passou o tempo e tudo foi se apagando. Mas o fato onde eu quero chegar, é que neste mundo hipócrita e egoísta em que vivemos, o ato de brincar e colecionar, muitas vezes, já é percebido desde cedo.

Aos pouquinhos vou contando mais histórias, já que este universo é extremamente intenso. Amanhã pretendo escrever sobre o porquê que existem preços diferentes para cada time de botão. Conversei com um fabricante, que ainda faz os botões, e ele compartilha com a mesma opinião. Aguardem.

Autorama: brinquedo caro na época e que hoje ficou ainda mais caro e com preços 'perversos' que machucam o bolso de qualquer colecionador. Mas o negócio é garimpar, sempre, para encontrar preços justos, se é que existem.