Botões para Sempre teve a honra de conhecer
pessoalmente e entrevistar o jornalista Neemias Freire. Ele se formou na
mesma faculdade em que estudei: a FIAM. Nesse papo exclusivo, o
botonista relembra seu passado nostálgico com os guerreiros em
miniatura.
Neemias Ramos
Freire nasceu em Arcoverde, interior de Pernambuco, em 12 de janeiro de 1958.
Começou a praticar, ou melhor, ‘brincar’ de futebol de botão por volta dos dez
anos e foi apresentado ao esporte pelo seu pai, que jogava na sua infância com
as famosas ‘tampas’ ou capas de relógio. Segundo Neemias, tínhamos inicialmente
botões fabricados com casca de coco, com chifre, com fichas de pôquer etc. Logo
surgiram os botões fabricados pela Estrela. A partir daí seu gosto pelo futmesa
intensificou-se.
Jogava bastante
com colegas da escola e com seu irmão Boanerges, que é seis anos mais novo. “Lembro-me
de atualizar os jogadores, pois recortava fotos da revista Placar e “operava”
os botões para ficar mais fácil de fazer gols. Naquela época, no Nordeste, era
comum torcer por um time do Estado, um de São Paulo e outro do Rio. Eu torcia
pelo Sport Recife, pelo Palmeiras e pelo Flamengo”, relembra.
Coleção de Neemias Freire
Neemias gostava
de jogar numa mesa de fórmica, a mesma que usava para as refeições em casa. Era
uma mesa relativamente grande, pois ali se reunia a família, com seus pais, avó
e cinco filhos. “Vim para São Paulo com 14 anos, em 1972. Até os 18 anos morei
com um tio. Trabalhava numa empresa dele. No primeiro ano, estudei pela manhã e
depois passei para o período noturno, para o 2º grau. Durante esse período,
fiquei sem jogar. Aqui em São Paulo, cresceu a paixão pelo Palmeiras. Hoje
torço pelo ‘Verdão’ e pelo Sport”, enfatiza Freire.
Em 1976, Neemias
foi morar com um casal de amigos que estudaram junto no 2º grau, antigo
Colegial. Havia acabado de entrar na faculdade, com dinheiro curto. Esse amigo
resolveu comprar uma mesa de futebol de botão e times fabricados pela Brianezi.
“Eu comprei um Sport Recife, meu time da infância e adolescência. Esta foto da mesa de botão
(datada de maio de 1977) foi tirada na casa desse casal onde eu morava.
Jogávamos muito lá”, diz.
Em um fim de
semana conheceu a saudosa e lendária fábrica Brianezi que se
localizada na Avenida Álvaro Ramos, 900/930, no bairro paulistano do
Belenzinho, onde se disputavam nos fundos do estabelecimento os torneios de
futebol de botão, cuja renda era doada para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). “Na lojinha da
Brianezi procurei uma Seleção Brasileira e, infelizmente, não encontrei. Acabei
comprando um time amarelo maravilhoso que lembrava muito as cores do Brasil que era o extinto CEUB de Brasília”, recorda.
Com sua esposa e o saudoso chef ítalo-brasileiro, Giovanni BrunoPalmeiras 'versão 'panelinhas', de 1975 da Estrela. Coleção de Neemias Freire.
Os seus 'Canoinhas' e 'panelinhas' da Estrela
Neemias salienta
que não tem praticado o futebol de mesa há muitos anos. “No meu aniversário
deste ano, ganhei de presente do meu irmão Boanerges alguns times e estamos
planejando comprar uma mesa oficial para voltarmos a jogar. Vamos ver se
consigo voltar à velha forma”.
'Botões Clássicos'
Neemias trabalhou no antigo Jornal da Tarde, depois
de ter sido contratado pela primeira vez para a revisão do Estadão. "Fiz parte da famosa cobertura da Copa de 1982, que deu prêmio ao JT. Aquela da capa com o garoto chorando", complementa.
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