sábado, 17 de março de 2018

Jornalista mantém tradição e tentará resgatar o 'velho' e amado Futebol de Botão

Botões para Sempre teve a honra de conhecer pessoalmente e entrevistar o jornalista Neemias Freire. Ele se formou na mesma faculdade em que estudei: a FIAM. Nesse papo exclusivo, o botonista relembra seu passado nostálgico com os guerreiros em miniatura.
Neemias Ramos Freire nasceu em Arcoverde, interior de Pernambuco, em 12 de janeiro de 1958. Começou a praticar, ou melhor, ‘brincar’ de futebol de botão por volta dos dez anos e foi apresentado ao esporte pelo seu pai, que jogava na sua infância com as famosas ‘tampas’ ou capas de relógio. Segundo Neemias, tínhamos inicialmente botões fabricados com casca de coco, com chifre, com fichas de pôquer etc. Logo surgiram os botões fabricados pela Estrela. A partir daí seu gosto pelo futmesa intensificou-se.
Jogava bastante com colegas da escola e com seu irmão Boanerges, que é seis anos mais novo. “Lembro-me de atualizar os jogadores, pois recortava fotos da revista Placar e “operava” os botões para ficar mais fácil de fazer gols. Naquela época, no Nordeste, era comum torcer por um time do Estado, um de São Paulo e outro do Rio. Eu torcia pelo Sport Recife, pelo Palmeiras e pelo Flamengo”, relembra.
 Coleção de Neemias Freire
Neemias gostava de jogar numa mesa de fórmica, a mesma que usava para as refeições em casa. Era uma mesa relativamente grande, pois ali se reunia a família, com seus pais, avó e cinco filhos. “Vim para São Paulo com 14 anos, em 1972. Até os 18 anos morei com um tio. Trabalhava numa empresa dele. No primeiro ano, estudei pela manhã e depois passei para o período noturno, para o 2º grau. Durante esse período, fiquei sem jogar. Aqui em São Paulo, cresceu a paixão pelo Palmeiras. Hoje torço pelo ‘Verdão’ e pelo Sport”, enfatiza Freire.
Em 1976, Neemias foi morar com um casal de amigos que estudaram junto no 2º grau, antigo Colegial. Havia acabado de entrar na faculdade, com dinheiro curto. Esse amigo resolveu comprar uma mesa de futebol de botão e times fabricados pela Brianezi. “Eu comprei um Sport Recife, meu time da infância e adolescência. Esta foto da mesa de botão (datada de maio de 1977) foi tirada na casa desse casal onde eu morava. Jogávamos muito lá”, diz.
Em um fim de semana conheceu a saudosa e lendária fábrica Brianezi que se localizada na Avenida Álvaro Ramos, 900/930, no bairro paulistano do Belenzinho, onde se disputavam nos fundos do estabelecimento os torneios de futebol de botão, cuja renda era doada para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). “Na lojinha da Brianezi procurei uma Seleção Brasileira e, infelizmente, não encontrei. Acabei comprando um time amarelo maravilhoso que lembrava muito as cores do Brasil que era o extinto CEUB de Brasília”, recorda.
Com sua esposa e o saudoso chef ítalo-brasileiro, Giovanni Bruno
Palmeiras 'versão 'panelinhas', de 1975 da Estrela. Coleção de Neemias Freire.
Os seus 'Canoinhas' e 'panelinhas' da Estrela
Neemias salienta que não tem praticado o futebol de mesa há muitos anos. “No meu aniversário deste ano, ganhei de presente do meu irmão Boanerges alguns times e estamos planejando comprar uma mesa oficial para voltarmos a jogar. Vamos ver se consigo voltar à velha forma”.
'Botões Clássicos'
Neemias trabalhou no antigo Jornal da Tarde, depois de ter sido contratado pela primeira vez para a revisão do Estadão. "Fiz parte da famosa cobertura da Copa de 1982, que deu prêmio ao JT. Aquela da capa com o garoto chorando", complementa. Há 36 anos, o Brasil amargava uma inesperada derrota para a Itália na Copa da Espanha e a foto de Reginaldo Manente do menino chorando retratava o sentimento de todo o país.

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