Copa de 1982

Copa de 1982
Lembranças da Copa do Mundo de 1982: veja o artigo que escrevi sobre o melhor mundial de todos os tempos
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terça-feira, 25 de agosto de 2015

1977: Os primeiros botões que apareciam em casa

Corria o ano de 1977...Meu irmão me conta que apareciam em casa os primeiros botões, já que tínhamos adquirido uma mesa 'Estrelão', da famosa fábrica de brinquedos Estrela. A primeira coleção de botões foi motivada pela grande decisão histórica do Morumbi, no Paulistão de 1977, envolvendo as equipes do Corinthians e Ponte Preta. Assim meu pai presenteou meu irmão com os dois times que fizeram aquela grande finalíssima. Os botões eram da Gulliver Cristal, intitulada 'Grandes times do futebol brasileiro', com rosto de jogador, que vinham em caixinhas amarelas, encontradas sobretudo nos grandes magazines da época, como Eldorado, Jumbo Eletro, Mappin, Lojas Americanas etc. Era muito pequeno, comecei a praticar o esporte, ou melhor, a 'brincadeira' (na infância tínhamos a intenção de somente brincar) dois anos depois, por volta de cinco anos, mas com a mesma coleção da Gulliver ''carinhas". Meu saudoso avô paterno foi um dos grandes precursores de toda esta história viva, que mantenho até hoje, pois ele comprava para mim em uma banca de jornais ainda existente, por sinal, pacotinhos da Gulliver contendo três carinhas e ia aumentando minha coleção. O jogador Luizinho do Internacional-RS, era o meu melhor botão, o 'Rei' das 'carinhas'. Botões para Sempre apresenta abaixo uma foto espetacular, uma visão aérea de uma das partidas daquela decisão e justamente a peleja que atraiu o maior público verificado no Morumbi: mais de 146.000 pessoas.
Acervo de Ricardo Bucci - Revista Manchete 1977
Luizinho do Inter-RS, ainda presente em minha coleção. O 'Rei' das carinhas.
Alguns dos craques da coleção da Gulliver. Aqui vemos os melhores do futebol brasileiro em 1978
Revista Manchete Esportiva
Crédito das fotos: Gazeta Press e Manchete
Tinha apenas três anos na época, mas já observava meu irmão mais velho na mesa. Dei minhas primeiras 'palhetadas' só depois de dois anos mais tarde, em 1979. Porém, os primeiros botões que surgiram em minha casa foram comprados pelo meu pai em 1977, no auge do Paulistão, envolvendo as duas melhores equipes daquele ano: Corinthians e Ponte Preta. Na foto meu irmão (maior) e eu (o caçulinha), no volante do antigo Chevette Marrom de meu pai, comprado em 1977.
Meu pai assistiu ao vivo a segunda decisão do recorde de público
 A caixa típica dos botões acrílicos da Gulliver de 1977 e 1978

domingo, 10 de maio de 2015

Chico Buarque: 70 anos de amor ao Futebol de Botão

Botões para Sempre publica uma entrevista antiga com o mestre e botonista Chico Buarque de Holanda ao jornal 'O Pasquim' e também na Revista Manchete de 1970 com o saudoso jornalista Armando Nogueira. O assunto, claro, não poderia ser outro: a paixão do poeta pelo futebol de botão. Detalhe: Chico Buarque tentou introduzir o nosso amado esporte na Itália.
Jaguar -  Você lançou na Itália o futebol de botão, ou já existia lá ?

Chico Buarque - Eu tentei, mas não consegui, porque eles têm um futebol de botão, mas é muito diferente, é muito chato. Eu tentei impor o nosso e eles queriam impor o deles, aí não deu pé.

Fortuna -  Como é que é o futebol de botão lá ? É futebol de fecho éclair ?

Chico Buarque -  Não, é com botão mesmo, mas é com 'peteleco', as bolas são quadradas, são dadinhos. Eu acho o futebol  de botão uma coisa muito bacana e a melhor maneira de se jogar é fazer a coisa mais parecida com o futebol de verdade, isso é uma discussão velha e tal, mas lá é a coisa mais diferente. O pessoal dizia: não, mas assim é mais técnico. No nosso futebol os jogadores têm nome, camisa, a bola é redonda, no futebol que a gente joga no Rio. Na Bahia já é diferente, me mandaram uma vez o regulamento deles, é um outro jogo.

Fortuna -  Você pode explicar como é o futebol de botão baiano ?
Chico Buarque - Eles foram de uma gentileza muito grande comigo, me convidaram para ir à federação deles e me deram um jogo de times, mas eu não consegui me adaptar. É completamente diferente. Eu acho que eles têm a unha dura porque são uns botões muito grandes e em vez de palheta eles usam a unha. É um negócio que só joga um de cada vez. Eles explicaram que isso é mais técnico, que é muito mais fácil do que ficar controlando a bola, mas, sei lá, eu não gostei. Agora eu vou estudar esse negócio de novo porque é uma matéria muito séria.
Chico Buarque jogando botão na Bahia

Sérgio - No campeonato de botão que vocês faziam o negócio chegou a um aprimoramento ?

Chico Buarque - Eu faço questão de dizer que eu fui campeão.

Sérgio -  Quem participava mais ?

Chico Buarque -  Três do  MPB 4, Hugo Carvana, Cláudio Marzo, Eli Halfun, um primo meu, um vizinho do Aquiles do MPB 4 , o cunhado do Magro do MPB 4, eram doze pessoas e eu fui campeão.
Sérgio -  Parabéns. Agora eu sei que vocês chegaram a um negócio muito sofisticado do ponto de vista de regras e estatutos, tinha lei de passe e uma moeda especial. Como é que era ?

Chico Buarque - Isso acabou não sendo desenvolvido porque eu fiz uma excursão com o meu clube, o Politheama, e não deu tempo de organizar toda a coisa.  Talvez agora dê, vamos ver. Aliás, por uma questão de honestidade, eu não fui campeão do campeonato, eu fui campeão do torneio início. O primeiro campeonato nunca chegou a ser realizado. Em breve vai ser e nós daremos notícia  para o PASQUIM. 

Revista Manchete 
Acervo: Enio Seibert