Copa de 1982

Copa de 1982
Lembranças da Copa do Mundo de 1982: veja o artigo que escrevi sobre o melhor mundial de todos os tempos

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Champions: A Albânia prestes a viver o seu maior momento no futebol

O “caminho dos campeões” da Champions League não é unanimidade, mas garante lugar a cinco donos de títulos nacionais em ligas menores na fase de grupos. A chance que muitos países têm de buscar o sucesso no torneio, mesmo que seja pela mera classificação. E, nesta edição do torneio continental, ninguém se destaca mais do que a Albânia. Pela primeira vez, um clube local chega tão longe nas preliminares da LC. O Skënderbeu Korçë será o azarão diante do Dinamo Zagreb. Mas com chance de levar o futebol albanês ao maior momento de sua história, em um orgulho nacional único entre os clubes.
De certa maneira, o caminho ajudou o Skënderbeu. A equipe escapou de adversários mais fortes, eliminando o Crusaders (Irlanda do Norte) e o Milsami Orhei (Moldávia), que já tinha feito o trabalho sujo no chaveamento ao eliminar o favorito Ludogorets Razgrad (Bulgária). O Dinamo possui um time bem mais qualificado que os albaneses, especialmente pelas jovens promessas que começam a despontar. Ainda assim, não parece nada inacessível para os azarões. A chance de fazer história está aí, em um jogo que possui também pano de fundo político-cultural, diante das animosidades que existem nos Bálcãs – embora bem mais fortes com os sérvios do que com os croatas.
Em toda a história da Champions, os times albaneses só haviam vencido sete duelos eliminatórios. E nenhum clube havia emendado duas classificações em uma mesma edição, como fez o Skënderbeu desta vez. Em 2013/14, a equipe se aproximou do feito, mas caiu diante de outra zebra histórica dos playoffs, o Shakhtyor Karaganda, do Cazaquistão. Na tentativa de ir à fase de grupos da Liga Europa, porém, também caiu nas preliminares. Desta vez, independente se passar ou não pelo Dinamo Zagreb, já garantiu a primeira participação na história de um albanês na fase principal de um torneio europeu.
A campanha do Skënderbeu significa muito. Especialmente, pela maneira como a Albânia acompanha o futebol. Assim como em boa parte do Leste Europeu, a paixão pelo esporte é imensa no país. Só que, sem um campeonato nacional forte, e diante dos muitos episódios de violência em suas arquibancadas, os albaneses acabaram desenvolvendo o seu gosto pelas ligas estrangeiras. A Premier League, sobretudo, possui uma popularidade fortíssima por lá. Um conceito em que o desempenho dos locais pode ajudar a mudar.
Dentro das perspectivas históricas do país, o Skënderbeu é um clube de sucesso recente. A equipe da cidade de Korçë surgiu em 1925, e chegou a ser campeão nacional em 1933. Contudo, nunca esteve entre as principais potências. Durante a época do comunismo, adotou o nome de Puna (trabalho, em albanês), mas apenas oscilou entre a primeira e a segunda divisão. A grande virada aconteceu a partir de 2009/10, em um momento de baixa. Ameaçado de rebaixamento, o Skënderbeu acabou assumido por um grupo de notáveis – entre os quais faziam parte o presidente da Red Bull na Albânia, o Ministro das Finanças e o prefeito de Korçë. Com dinheiro no caixa, bons patrocínios e uma gestão bem feita, o clube decolou. Após se safar do rebaixamento, conquistou o pentacampeonato albanês.
Assim, o Skënderbeu serve de exemplo de organização dentro do futebol albanês, que nunca foi forte, e ainda sofreu com o sucateamento pós-cortina de ferro. E ainda possui um claro apelo para ser motivo de orgulho nacional na Champions. O nome Skënderbeu homenageia Skanderbeg, um nobre albanês do Século XV, que liderou a resistência na guerra contra o Império Otomano, e que segue como símbolo de heroísmo nacional. Nada mais propício para a cidade de 75 mil habitantes se tornar o centro do futebol nacional, ao menos nesta campanha.
Mesmo a seleção albanesa representa muito pouco em sua história. A equipe nunca fez grandes campanhas nas grandes competições e, no máximo, pode considerar como maior feito a vitória sobre a França em amistoso no último mês de junho. Agora, enfim, a grande oportunidade de um verdadeiro sucesso esportivo. São apenas dois jogos no caminho do Skënderbeu.
Nota atualizada: o Dínamo de Zagreb eliminou o time albanês nos play-offs, chamada de Pré- Champions
1970´s
A seleção albanesa de futebol antigamente, 70´s, com a relíquia da fábrica Brianezi, de 1977:
Fonte: Trivela

domingo, 30 de agosto de 2015

News - Champions - Grupos E e F

Mais quatro classificados: Tomsk, Juventus, Estrela Vermelha, times Brianezi e Fiorentina, da antiga Crak´s, do mestre jornalista Carsughi. Restam apenas 04 vagas para começarmos as Oitavas. Muito equilíbrio nesta edição da Champions. Impressionante.
Novamente o Estrela Vermelha de Belgrado passando para a segunda fase. Futebol criativo e que joga sempre em busca do gol.
Quem não se lembra de Prosinecki, Savicevic, o mito Pancev e Stojkovic

terça-feira, 25 de agosto de 2015

1977: Os primeiros botões que apareciam em casa

Corria o ano de 1977...Meu irmão me conta que apareciam em casa os primeiros botões, já que tínhamos adquirido uma mesa 'Estrelão', da famosa fábrica de brinquedos Estrela. A primeira coleção de botões foi motivada pela grande decisão histórica do Morumbi, no Paulistão de 1977, envolvendo as equipes do Corinthians e Ponte Preta. Assim meu pai presenteou meu irmão com os dois times que fizeram aquela grande finalíssima. Os botões eram da Gulliver Cristal, intitulada 'Grandes times do futebol brasileiro', com rosto de jogador, que vinham em caixinhas amarelas, encontradas sobretudo nos grandes magazines da época, como Eldorado, Jumbo Eletro, Mappin, Lojas Americanas etc. Era muito pequeno, comecei a praticar o esporte, ou melhor, a 'brincadeira' (na infância tínhamos a intenção de somente brincar) dois anos depois, por volta de cinco anos, mas com a mesma coleção da Gulliver ''carinhas". Meu saudoso avô paterno foi um dos grandes precursores de toda esta história viva, que mantenho até hoje, pois ele comprava para mim em uma banca de jornais ainda existente, por sinal, pacotinhos da Gulliver contendo três carinhas e ia aumentando minha coleção. O jogador Luizinho do Internacional-RS, era o meu melhor botão, o 'Rei' das 'carinhas'. Botões para Sempre apresenta abaixo uma foto espetacular, uma visão aérea de uma das partidas daquela decisão e justamente a peleja que atraiu o maior público verificado no Morumbi: mais de 146.000 pessoas.
Acervo de Ricardo Bucci - Revista Manchete 1977
Luizinho do Inter-RS, ainda presente em minha coleção. O 'Rei' das carinhas.
Alguns dos craques da coleção da Gulliver. Aqui vemos os melhores do futebol brasileiro em 1978
Revista Manchete Esportiva
Crédito das fotos: Gazeta Press e Manchete
Tinha apenas três anos na época, mas já observava meu irmão mais velho na mesa. Dei minhas primeiras 'palhetadas' só depois de dois anos mais tarde, em 1979. Porém, os primeiros botões que surgiram em minha casa foram comprados pelo meu pai em 1977, no auge do Paulistão, envolvendo as duas melhores equipes daquele ano: Corinthians e Ponte Preta. Na foto meu irmão (maior) e eu (o caçulinha), no volante do antigo Chevette Marrom de meu pai, comprado em 1977.
Meu pai assistiu ao vivo a segunda decisão do recorde de público
 A caixa típica dos botões acrílicos da Gulliver de 1977 e 1978

domingo, 23 de agosto de 2015

News - Champions - Juve e Tomsk

O melhor jogo até então da Liga dos Campeões da Europa de 'Botões para Sempre'. A Juve fazia sua estreia em botões 'gordos' da Brianezi, produzidos em 1989, contra os russos do Tomsk, edição luxuosa da Brianezi, em 50mm, de material flexível importado, os famosos celulóides. Depois de abrir três tentos a favor, o time de Turim relaxou e acabou vendo uma grande partida dos siberianos. Por pouco não tivemos uma épica virada. Final: 3 a 3, no Piemonte, região da 'Velha Senhora'.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Seleção da Albânia da Brianezi 'duas faixas' 1977-1986

Um dos sonhos de criança literalmente conquistado. Enfim, 'Botões para Sempre' apresenta a raríssima seleção da Albânia, na caixa, recentemente adquirida, feita pela saudosa e gigante 'Brianezi Indústria e Comércio de Brinquedos e Jogos'. Os botões foram produzidos em sua fase mais romântica, com as famosas faixas laterais. A segunda geração durou entre 1977 a 1986. Foram quase dez anos produzindo um pouco mais de 250 times, entre seleções, clubes brasileiros e times internacionais, com material importado, feito de celulóide. Acompanhe a brilhante história desta seleção, numa pesquisa que realizei, sobretudo de uma célebre revista que possuo desde os anos 80 em minha coleção: a francesa 'Onze'.
Certamente mais uma seleção que dará trabalho para as gigantes seleções de 'Botões para Sempre'. No ano que vem teremos campeonatos de botão das Eliminatórias da Europa e o time do 'velho' Leste Europeu entrará no meu novo estádio, das Mesas Olliver. Os botões estão ilesos, incólumes e super bem conservados pelo seu antigo dono.

O futebol na Albânia
O futebol chegou à Albânia no princípio do século XX, quando os habitantes da cidade de Shkoder, situada no Norte do país, foram surpreendidos por um jogo estranho disputado por estudantes de uma missão cristã. E a modalidade ganhou paulatinamente adeptos num país sob o domínio do Império Otamano. As credenciais de Shkoder como berço do futebol albanês cimentaram-se quando, em 1913, uma equipe representando a cidade e chamada 'Independência' defrontou outra formada por soldados austro-húngaros. De acordo com os relatos, o encontro teve 45 minutos para cada lado e foi fiel às leis do jogo. Ficou igualmente documentado que nenhuma partida oficial se disputou até 1921. Depois, o Vllaznia, de Shkoder - fundado em fevereiro de 1919 -, enfrentou o Agimi, surgido no ano seguinte, tendo o Vllaznia ganho a partida. Após o desporto ter despertado a atenção, a Federação Albanesa de Futebol (FShF) foi fundada a 06 de junho de 1930. Em 1932, esta entidade tornou-se membro da FIFA, o organismo que tutela o futebol mundial, e acabou por se juntar também à UEFA em 1954 como uma das nações fundadoras.
Após a evolução do futebol, a difícil situação econômica do país impediu a criação de infra-estrutura para os clubes. Mesmo assim, o país conseguiu produzir vários jogadores talentosos que fizeram carreira no estrangeiro. Entre eles, estão Riza Lushta, Loro Boriçi e Naim Kryeziu, que jogaram no futebol italiano. O campeonato do país começou a ser disputado em 1930, com seis equipes. A primeira partida viu o Tirana derrotar o Bashkimi, por 3 a 2. O Tirana, juntamente com o KS Dínamo Tirana, KS Vllaznia e FK Partizani, dominou largamente o futebol albanês até aos nossos dias.
Os anos que se seguiram à II Guerra Mundial trouxeram uma nova ordem política, com a introdução de um regime comunista que teve impacto positivo no que diz respeito ao futebol. A modalidade se tornou popular e o futebol ficou mais organizado e foi encorajado em empresas estatais, escolas e cidades.
A estreia da seleção principal da Albânia ocorreu em 1946, num triunfo histórico de 5 a 0 sobre Montenegro. Outro momento memorável aconteceu quando empatou em 1 a 1 diante da Irlanda do Norte, onde figuraram Pat Jennings e Best, em 1965, resultado que acabou com as esperanças de os visitantes marcarem presença no Mundial em 1966, na Inglaterra.
Desde 1991 verificaram-se mudanças políticas cruciais que tiveram efeitos tremendos no país, já que a centralização da economia e do sistema político chegou ao fim. Os futebolistas tiveram a oportunidade de jogar fora do seu país: Sulejman Demollari, um dos maiores ídolos, transferiu-se para o Dínamo de Bucareste e Rudi Vata para o Paralimni de Chipre. A vizinha Grécia e as nações dos Balcãs foram outros destinos escolhidos.
Os clubes e a própria seleção albanesa continuam a perseguir os bons resultados a nível europeu e mundial. As vitórias sobre a Rússia e os empates ante a Suíça e Irlanda, que permitiram aos albaneses não perder em casa na fase de qualificação para a UEFA Euro 2004, são prova disso tudo. A seleção bateu a recém-coroada campeã Grécia, em Tirana, em 2004, num encontro de qualificação para o Mundial de 2006. Mais recentemente venceram por 1 a 0 Portugal e empataram em 1 a 1 frente à Dinamarca, com a seleção a ter boas hipóteses de qualificação para a fase final da UEFA Euro 2016. Outro resultado notável foi o empate de 1 a 1, na França, em novembro de 2014.
A revista francesa ONZE fez uma gigante matéria em 1987 para as disputas da UEFA Euro de 1988. Acompanhe os registros fotográficos desta seleção que escaneei; na época a Albânia disputava a qualificação para a Eurocopa. Veja também os clubes que mais brilham no país.
O estádio Qemal e os times Partizani Tirana e Luftetari
17 Nentori e o Dínamo de Tirana
Os estádios sempre cheios...é a paixão do povo albanês pelo futebol
Clube bem tradicional: o Apolonia. Registro antigo 1980´s
O goleiraço Musta, juntamente com um dos maiores ídolos futebolísticos do país, o craque Demollari.
Em casa, a seleção albanesa sempre deu trabalho na Europa. O plantel de 1987-88 fotografado pela revista francesa ONZE
Cartelas para serem adesivadas: 1981 e 1982
A camisa de 1988-1990
A camisa atual, da Adidas, de 2015
Em primeiro plano, o escudo usado na camisa. Logo abaixo, o escudo da Federação Albanesa de Futebol, FShF, criada em 1930.
A Brianezi utilizou-se da bandeirinha do país, para a confecção do jogo antigo. A respectiva bandeira com a estrelinha amarela foi usada pelo país entre 1946-1992
Um pouco da história do significado de sua bandeira
1967
1983
1985
1988
1985: Albânia e Polônia. Belíssimas camisas.
A seleção atual
Bons resultados nas Eliminatórias da UEFA Euro 2016
Elbasan Arena tem sido palco frequente nessas Eliminatórias
O tradicional Qemal Stafa Stadium
A antiga capital, Tirana, que nos últimos anos vem recebendo milhares de turistas, sobretudo pela aproximação da Riviera Albanesa, famosa pelas suas belas praias.
Fonte de pesquisa histórica: ONZE e UEFA