Flávio Campos mostra com orgulho seu acervo com mais de 2.250 times
O jornalista Flávio Campos é uma figura conhecida em Londrina e região. Perto de completar 71 anos, ele apresenta novo visual (deixou de lado o lendário bigode), esbanja bom humor e coleciona histórias interessantes. Natural de Pelotas, no Rio Grande do Sul, chegou a Londrina em 1964 como representante comercial de uma marca de calçados.
Conheceu o jornalista José Augusto Viegas que o levou à Folha de Londrina, onde trabalhou por 30 anos. Trabalhou também nas rádios Londrina, Clube, Cruzeiro, Difusora, Tabajara, Paiquerê, Brasil Sul e nas TVs Tropical (atual CNT) e Coroados (afiliada da Rede Globo).
O que pouca gente sabe é que o “Gauchão” - como é chamado pelos amigos - coleciona times de futebol de botão. Isso mesmo: Flávio Campos mostra com orgulho seu acervo com mais de 2.250 times. Tudo muito organizado.
- É uma paixão que eu tinha. Desde criança já jogava botão. Fui fazendo um time, outro, e gostei da brincadeira. Hoje tenho essa coleção com equipes do mundo todo - conta o jornalista.
Para montar os times, Flávio Campos tinha de conseguir os escudos. Alguns eram recortados de revistas como a “Placar”, outros fotocopiados, e outros ainda trazidos por amigos que viajavam para o exterior.
Polêmico
O “Gauchão” foi sempre polêmico no exercício da profissão. Entre os episódios marcantes da carreira, Flávio Campos destaca o último título mundial ganho pelo lutador Éder Jofre que originou constrangimentos com a torcida brasileira.
- Fui a Brasília, mas vi uma luta diferente do que a imprensa brasileira viu e que encheu a bola dele. Escrevi a série “A verdade sobre a vitória de Éder Jofre” que saiu em três dias no jornal e acabou gerando grande repercussão - revela.
As críticas ferozes de Campos abalavam dirigentes, técnicos e jogadores. Certa vez recebeu o apelido de “Coveiro do Londrina” em uma faixa levantada no estádio. Em outra ocasião quase foi agredido dentro do estúdio de uma rádio.
- Estávamos no ar quando um grupo liderado pelo irmão do Jacy Scaff (na época, presidente do LEC) invadiu o local e disse que eu ia apanhar. Mas o comentarista Rui Carneiro conseguiu colocá-los para fora do estúdio. Não me calei, escrevi uma coluna inteira na Folha relatando tudo e dizendo que aquilo era atitude de gangsteres. No outro dia o Jacy me ligou e acabamos nos acertando - recorda-se o jornalista, sorridente.
No espaçoso escritório em sua residência, na região central da cidade, além dos botões, ele guarda com carinho fotos e registros de artistas que conheceu e dos eventos internacionais que participou: Copa do Mundo nos EUA (1994), na França (1998) e as Olimpíadas de Atlanta-EUA (1996). Esse é o Flávio Campos. Marido da dona Lúcia, pai de quatro filhos, ex-compositor (premiado várias vezes no Festival de Música de Londrina, na década de 70), ex-diretor e treinador de futsal (Monções), colecionador de times de botão e agora blogueiro.
Texto: Eduardo Beluco - Londrix Comunicação
Nenhum comentário:
Postar um comentário