Copa de 1982

Copa de 1982
Lembranças da Copa do Mundo de 1982: veja o artigo que escrevi sobre o melhor mundial de todos os tempos
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quinta-feira, 23 de março de 2017

E o 'Vozão' da antiga Brianezi surge no Castelão de 'Botões para Sempre'

Lindo exemplar completo, sem nenhum arranhão, apenas com desgastes pela ação dos celulóides flexíveis. Produção antiquissima, talvez foram os primeiros fabricados com faixas que circularam em 1977-78. Reforço de peso para minha série B do Nacional. Considero os times do Norte/Nordeste os mais exóticos e difíceis de aparecerem, ao contrário de outros clubes, como os do interior de São Paulo, Minas Gerais ou os pequenos do Rio.
Da região mais ensolarada do país vemos clubes centenários que respiram história. No Estado do Ceará, especificamente, temos equipes tradicionalíssimas do futebol brasileiro. Times que lotam os estádios como PV e Castelão e, frequentemente, batem recordes de público no país, superando até os gigantes Corinthians e Flamengo.
Portanto, que as belas praias, mundialmente famosas da Terra da Luz, como Canoa Quebrada e Jericoacoara, contagiem este raro jogo de botão antigo feito pela lendária Brianezi.
Seja bem-vindo, Vovô da Brianezi! 'O campeão invicto da Copa do Nordeste de 2015, do Torneio Norte-Nordeste de 1969 e vice-campeão da Copa do Brasil de 1994'.
1972. Em pé: Mauro Calixto, Hélio Show, Odélio, Joãozinho, Dimas e Paulo Tavares;
Agachados: Hélcio, Samuel, Jorge Costa, Edmar e Dacosta.
1976
1977
1972
1977
1969
Nos primórdios
1986
1958
Pesquisa iconográfica: Álbum Grandes Clubes Brasileiros Ceará

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Década de 1960: O Fortaleza é duas vezes vice-campeão da Taça Brasil

Em 1960, o Fortaleza eliminou o ABC-RN, Moto Club-MA e o favorito Bahia, campeão do ano anterior. Em seguida, o Leão entraria em campo para encarar o Santa Cruz. Nova vitória e vaga na final. O Palmeiras era o último adversário.O Jornal O POVO chegou a noticiar: "O Fortaleza pode ser campeão do Brasil". Mas foi impossível resistir a Julinho Botelho e companhia. Derrota por 3 a 1, em casa; e por 8 a 2, em São Paulo.
Em 1968, o Fortaleza eliminou o Bahia e o Náutico. O título foi disputado com o Botafogo. O empate no PV até que deu esperança, mas os 4 a 0 no Rio de Janeiro encerraram as esperanças da primeira conquista nacional. Resultado final: Leão duas vezes vice-campeão brasileiro. "Nos anos 60, o Fortaleza montou boas equipes", afirma Pedrinho Simões, goleiro do Fortaleza na época.
O time vice-campeão em 1960
Fortaleza e Palmeiras fizeram a final em 1960
Escudo retrô usado na época
Esquadrão tricolor de 1960
"Fortaleza pode ser campeão do Brasil", manchete de O Povo, 1960
Agora a final de 1968. Botafogo e Fortaleza no Maracanã. Mais uma vez, o Fortaleza era vice-campeão do Brasil.
O esquadrão tricolor no Maracanã em 1968. O Povo
Gera, Sanatiel e Purunga, em pé; Charuto e Moésio, agachados. Craques do Fortaleza nos anos 50 e 60.
Resultados dos jogos - TAÇA BRASIL

1960

Fortaleza 3x0 ABC
ABC 0x0 Fortaleza
Fortaleza 2x0 Moto Club
Moto Club 1x1 Fortaleza
Fortaleza 2x1 Bahia
Bahia 0x0 Fortaleza
Santa Cruz 2x2 Fortaleza
Fortaleza 2x1 Santa Cruz
Fortaleza 1x3 Palmeiras
Palmeiras 8x2 Fortaleza

1968

Bahia 1x0 Fortaleza
Fortaleza 1x0 Bahia
Fortaleza 2x1 Bahia
Fortaleza 2x1 Náutico
Náutico 2x1 Fortaleza
Fortaleza 1x0 Náutico
Fortaleza 2x2 Botafogo
Botafogo 4x0 Fortaleza

sexta-feira, 30 de março de 2012

América Football Club - Fortaleza - CE

Campeão cearense em duas oportunidades: 1935 e 1966. Atualmente está na Terceira Divisão, mas não participou do campeonato de 2011. Força, ameriquinha!
Antiga sede do clube


Recordando. Década de 1960. América Futebol Clube ainda integrante da primeira divisão cearense. A partir da esquerda (em pé): Ribeiro, Osmar, Loril, Vilanova, Ninoso e Pedrinho. Na mesma ordem (agachados); Luciano Frota, Osmar, Wilson, Zé Gerardo e Dedé. (Do acervo de Elcias Ferreira). Coluna Tom Barros / DN
Recordando. 1989. América. A partir da esquerda (em pé): Valmir, Totô, Nonato Aires, Leonardo, Ovídio, Monteiro da Silva e Tati. Na mesma ordem (agachados): Betinho, Oliveira, Pinto, Pedrinho, Chagas e Tony. (Acervo de Elcias Ferreira). Coluna Tom Barros / Diário do NE.
Anos 80. Estádio Presidente Vargas.
O eterno ídolo: Canhoteiro - O maranhense iniciou sua carreira profissional atuando pelo Ameriquinha de Fortaleza em 1949.

sábado, 17 de março de 2012

O saudoso Gentilândia Atlético Clube - campeão estadual do Ceará

O título de 1956
O título do Gentilândia de 1956, conquistado após a vitória no primeiro turno, sem que o segundo tenha sido disputado, fez com que o time fosse considerado “meio-campeão” por setores da imprensa. O título veio com a vitória sobre o Ceará por 1 a 0, com gol do atacante Pipiu. “Na própria fase de classificação o Gentilândia já vinha se montando. Aí o Jombrega (ex-jogador e técnico) chegou e acertou o time”, aponta Pedrinho Simões, goleiro dos acadêmicos entre 1952 e 1959
Diretores do Gentilândia campeão estadual de 1956, empolgados com a conquista, decidiram mudar o tradicional uniforme alvi-anil do time para o rubronegro. 
A idéia era pegar carona na popularidade do Flamengo, do Rio de Janeiro. 
 Objetos que contam a história do Gentilândia Atlético Clube.
Arquivo Pedrinho Simões.

 
Depoimento: “Infelizmente tinha na diretoria do Gentilândia uns torcedores apaixonados pelo Flamengo e achavam que o Gentilândia por ser um clube simpático, mudando as cores para rubro-negro teria mais adeptos. Mas foi uma desilusão. Descaracterizou o Gentilândia que desde sua origem era azul e branco. Ele passou a ter outra identidade, o clube foi campeão do Torneio Início em 1959, manteve boas equipes, mas não era o Gentilândia azul e branco, não era o mesmo e o Gentilândia morreu vermelho e preto”. Pedro Simões ex-goleiro do Gentilândia Atlético Clube. 
Estádio Presidente Vargas no jogo entre Ceará e Gentilândia, quando este venceu pelo placar de 1 X 0 e sagrou-se campeão estadual de 1956.
Arquivo Nirez. 


A história

A Gentilândia é uma localidade da cidade de Fortaleza. Faz parte do Bairro Benfica - e corresponde ao quadrilátero urbano compreendido entre as avenidas da Universidade, Treze de Maio, Expedicionários e Eduardo Girão. Seu nome deriva do sobrenome "Gentil", família que durante décadas deteve as terras que hoje formam a comunidade.
 O Gentilândia Atlético Clube foi fundado a 1º de janeiro de 1934, a partir do Clube Social Gentilândia, fundado três anos antes, e que funcionava no bairro de mesmo nome, por um grupo de desportistas, dentre os quais figuram Oton Sobral, Moacir Machado, Jandir Machado, Paulo Araújo, José Lemos e Raimundo Cals.

O Gentilândia era chamado de ‘Time dos Acadêmicos’ porque era formado só de rapazes da sociedade. Só tinha acadêmicos, estudantes de medicina, de direito. Ninguém era profissional”, aponta Airton Monte, ex-jogador do time entre 1948 e 1951, vários jogadores eram formados ou estudantes em cursos superiores, tais como: Wildson (Contador), Ossian Araripe (Direito), Edilson “Mandrake” Carneiro, Zé Walter, José Mário Mamede, Sérvulo Barroso, Zécandido, Edilson Lima Gomes (Odontologia), Denizio (Medicina), Paulo Mamede e Moacir Ciarlini (Farmácia), Cândido (INSS), Alfredo Linhares (Professor), Newton Studart (Economia), Orion (Agronomia), Haroldo Guimarães (Direito) e Haroldo Castelo Branco (Escola Militar ). Quando foi campeão em 1956, o Gentilândia contou na sua formação com craques geniais: Pedrinho Simões, Fernando Sátiro, Wiliam Pontes, Pipiu, Edilson e Liminha. O último campeonato disputado pelo Gentilândia foi em 1965.
Celeiro de craques - Quando conhecemos o Gentilândia o clube já utilizava a camisa rubronegra, mas mantinha o pequeno bairro do mesmo nome como sede e local de concentração. Sua principal dificuldade era encontrar um local para treinamentos. Por vezes treinou no campo da então Escola Técnica Federal do Ceará, também conhecido como Campo do Prado. Como a necessidade não foi superada e, embora a sede do clube ficasse a menos de uma quadra do Estádio Presidente Vargas, recentemente inaugurado, o fato acabou contribuindo para a dissolução do clube.
O Gentilândia, apesar disso, foi formador de jogadores que se tornaram "craques" no futebol do próprio estádio e - outros - até em clubes interestaduais. Fernando Sátiro, foi um dos maiores, haja vista que saiu do Gentilândia para integrar o São Paulo Futebol Clube, atuando ao lado de Maurinho, Gino e Canhoteiro, além de integrar, também, em 1962, a seleção paulista que disputava o Campeonato Brasileiro de Seleções.
Outro notável jogador saído do Gentilândia foi Célio, zagueiro exímio cobrador de penalidades, que depois transferiu-se para o Fortaleza, chegando a defender também a seleção cearense. Aldo, meia, foi outro que, depois do rubronegro, transferiu-se para o Ferroviário e, ali, ascendeu à seleção cearense. Não se pode esquecer Nagib, atacante que por muitos anos defendeu o Fortaleza, a seleção cearense e o Guarany de Sobral, mas começou no Gentilândia; da mesma forma o lateral-esquerdo Português, que defendeu o clube nos seus primórdios e, depois passou pelo Ceará, Fortaleza e até Moto Club de São Luís.
Clube Gentilândia aberto em 1931 pelo Cel. José Gentil e que depois tornou-se o Centro de Psicultura do INFOCS, atual DNOCS. Quarteirão localizado entre as ruas Pe. Francisco Pinto, Paulino Nogueira, João Gentil e Valderi Uchoa. Arquivo Nirez. 


Primeira formação do Gentilândia em 1944. Carlos Alberto, Clovis Ciarlini, Antonio Sombra, Denísio Nascimento, Jorge Baiano, Fernando Teófilo, Anselmo, Cabeludo, Moacir Ciarlini, Adelino Alcântara e Edílson Carneiro. Arquivo Pedrinho Simões. 
 

Equipe do Gentilândia em 1954, ainda com as cores azul e branco: A partir da esquerda: (em pé) Zé Raimundo, Betinho, Aldo, Mozart e Bill Rola; (agachados) Otávio, Teófilo, Luiz Eduardo, Bebeto, Fernando Sátiro e Zé Pequeno. Anos depois, Bebeto, pai do repórter fotográfico LC Moreira, foi comentarista dos Diários Associados. Sátiro brilhou no São Paulo. Bill Rola é conceituado dentista. Fonte: Coluna do Tom Barros – Jornal Diário do Nordeste.

Time do Gentilândia de 1954. A partir da esquerda (em pé): Luís Eduardo, Célio, Zé Furtado, Bil Rola, Leopércio, Júlio, Pedrinho Simões, Antonio Carlos, Hélio e Otávio. Na mesma ordem (sentados): Teófilo, José Maurício, Luís Martins, Betinho, Mauro Gadelha, Mozart (não confundir com o famoso Mozart Gomes), Kléber, Rocildo e Antonino. (Colaboração de Jurandy Neves).

Gentilândia Atlético Clube no campeonato de 1956. Da esquerda para direita – em pé: Jombrega, Pedrinho, Quixadá, Becil, Lamparina, Célio, Teófilo, Edílson, Pipiu (capitão), Fernando Santos, Fernando Sátiro, Marcos. Arquivo Pedrinho Simões.
Gentilândia Atlético Clube em 24 de março de 1957, quando da entrega das faixas de Campeão de 1956. Em pé da esquerda para a direita: Fernando Sátiro, Teófilo, Pedrinho Simões, Basileu, Lamparina, William Pontes. Sentados: Edílson, Pipiu, Fernando Santos, Augusto e Liminnha.
Arquivo Pedrinho Simões.

Gentilândia Atlético Club em 1960
Arquivo Ércio Flávio, 1960.





 Título de sócio proprietário do Gentilândia Atlético Clube, 1965.
Arquivo José Cândido

Curiosidades: 
O humorista Renato Aragão declarou recentemente ter atuado como zagueiro do Gentilândia quando jovem. A informação, no entanto, é questionada por ex-atletas do time. “É conversa dele. Comecei a andar no Gentilândia em 1951 e nunca vi ele nem na sede”, afirma o ex-jogador do time Airton Monte. “Também já ouvi falar dessa história mas não acredito. De 45 pra cá acompanho o Gentilândia, que foi organizado praticamente no quintal da minha casa, na rua Adolpho Herbster”, acrescenta o ex-goleiro do time, Pedrinho Simões. 

sábado, 3 de setembro de 2011

"O tremendão da Aerolândia" voltou! Calouros do Ar (CE) está de volta aos gramados

Olá, amigos colecionadores! Botões para Sempre traz uma matéria do Globo Esporte mostrando a volta do Calouros e a terceira divisão cearense. Torço muito para o sucesso do Calouros do Ar em 2011, que ele volte rapidamente para a elite do futebol do seu estado, muita força para toda a equipe e um grande abraço ao meu amigo, diretor de Relações Públicas do Calouros, Rômulo Barroso. 

 O Calouros do Ar, da Brianezi, com escudo retrô, 1970-1980
  
Terceira divisão do Campeonato Cearense: o cemitério dos campeões

 

Com dez clubes divididos em três grupos, a competição recebe times campeões da elite do estadual e segue sem credibilidade dos participantes

 

Por Roberto Ranulfo, Fortaleza, CE 

Marcada para ter início nesta sexta-feira, a Terceira Divisão do Campeonato Cearense se tornou o lar de campeões estaduais do passado que, durante as décadas, perderam força e prestígio. Hoje, tentam se reerguer e fugir da Terceirona, apesar das dificuldades.
Nos últimos anos, os amantes do futebol no Ceará se acostumaram a ouvir nos estádios: "Uh terror Clodoaldo é matador!". Do lado da torcida do Ceará, Sérgio Alves, um dos mais recentes ídolos, era aclamado como o Carrasco Tricolor.
Se décadas atrás, as torcidas organizadas tivessem a mesma força que têm nos dias de hoje, possivelmente, se ouviria nos campos de futebol: "Uh terror, Jombrega é matador". Ou os fanáticos por futebol clamariam o nome de Beto: o carrasco tricolor, na década de 50.
Beto foi um dos grandes atacantes do Calouros do Ar, no título cearense de 1955, que, de acordo com Francisco Menescal, atual vice-presidente do clube, "fazia tremer os zagueiros do Ceará". Já o centroavante Jombrega marcou oito gols no Campeonato Cearense de 1945 e ajudou o Maguary a conseguir o título cearense.
Os dois atletas são algumas lendas que marcaram o futebol cearense em clubes que, atualmente, estão bem distantes das manchetes de jornais e anos-luz de gerar a repercussão de décadas passadas. São times que ainda tentam sobreviver graças às suas histórias quase esquecidas pelo tempo. Muitas destas equipes estão reunidas em uma competição que, de acordo com dirigentes dos clubes participantes, não emociona nem gera renda: o Campeonato Cearense da Terceira Divisão.
A competição que está no calendário da Federação Cearense de Futebol desde 2004 e tem como atual campeão, o Crateús, conta neste ano com dez clubes. Dentre eles, o Sport Club Maguary, bicampeão estadual em 1943 e 1944, e o Calouros do Ar, campeão cearense de 1955.

 Equipe do Maguary bicampeã em 1943 e 1944

Como eles chegaram lá?

O Maguary marcou seu nome na história do futebol cearense. Além de quatro títulos do Estadual, a equipe foi vice do torneio em sete oportunidades. O time chegou a ter uma das maiores torcidas do estado do Ceará e quase conseguiu o tricampeonato do torneio.
- Eu diria que, apesar de não ter ganho, o grande momento do clube foi a tentativa do tricampeonato em 1945. O time vinha da inauguração da nova sede, mas foi surpreendido pelo Ferroviário. Mesmo assim, por coroar dois campeonatos, foi o grande momento do clube – diz Aguiar Junior, presidente do Maguary.
Porém, logo após o insucesso em 1945, o chamado Clube dos Príncipes abdicou dos torneios estaduais e começou a participar apenas de competições amadoras, até 1975, quando fechou suas portas, só voltando a disputar o Campeonato Cearense em 2009, tendo que voltar na Terceira Divisão. A torcida acabou migrando para outros clubes.
- O Maguary tinha um dos maiores torcidas do Estado. Quando ficaram orfãos do time, os torcedores migraram para o Fortaleza e para o Ceará. Pela mágoa na perda do título de 1945, o restante da torcida não teve empatia pelo Ferroviário – declarou Aguiar Junior.
O Calouros do Ar, outro clube de glórias no Estado, teve seu grande momento em 1955, quando se sagrou campeão cearense. Na época, o time, que recebeu esse nome em homenagem ao conjunto musical da Base Aérea de Fortaleza, se manteve na elite do Campeonato Cearense até 1998, quando foi rebaixado para a Segunda Divisão.
- Nascemos e vivemos na Base Área. Até que, infelizmente, por mudanças de comando, nosso time se desligou da base e começou a perder força – disse Francisco Menescal, atual vice-presidente do Calouros do Ar. O clube foi definitivamente desligado da Base Aérea em 2005. Um ano antes, a equipe caiu para a Terceira Divisão do Campeonato Cearense, de onde não saiu mais.
Atualmente, disputando a Terceirona, Maguary e Calouros do Ar sofrem para se manterem vivos no futebol.
- Não existe time pequeno, mas sim, clube sem dinheiro. Sem verba ninguém faz nada, então perdemos e fomos para a Terceira em 2010 por situação financeira, mas resolvemos 'desenterrar' o Calouros – disse o vice-presidente do Calouros do Ar, Francisco Menescal Wambar.
Outro campeão estadual, no ano de 1966, o América sequer disputará a competição. Sem dinheiro para montar adequadamente uma equipe para a terceira divisão, o tradicional Mequinha desistiu de participar em 2011. Com isso, estará ainda abaixo de Maguary e Calouros do Ar, na escala de esquecimento no futebol cearense.

 Comissão do Calouros do Ar Clytts Jones à direita, de boné, foto Divulgação: Calouros

Camisa atual do Calouros do Ar - 2011

Terceirona questionada

A Terceira Divisão do Campeonato Cearense de 2011 começa nesta sexta-feira e já está sendo bem questionada. Presidentes e dirigentes dos clubes participantes reclamam do formato e da falta de investimentos dos clubes.
- Não é um bom campeonato. Há muita difículdade para arranjar patrocínio e sem as transmissões de televisão complica muito. É um sofrimento grande, com muitas despesas – declarou o presidente do Itapajé, Mário Pinto Pontes. Embora não tenha sido campeão cearense da primeira divisão, em nenhuma oportunidade, o clube já figurou
O formato de disputa, para alguns clubes, poderia ter sido pensado de forma diferente.
- Fiquei surpreso com a fórmula de disputa do campeoanto. São apenas dez clubes divididos em três grupos. Para mim não é o melhor formato. Infelizmente, a terceira divisão é esquecida . A gente procura, mas não consegue patrocínio, só promessas, fica só no sacrifício. Alguns diretores vão ajudando, mas não é fácil – desabafa Eudásio Barroso, da diretoria do Calouros do Ar.
Alguns vão ainda mais longe. O presidente do Maguary chega a questionar a existência da competição. Aguiar Junior acredita que a junção entre a segunda e a terceira divisões do Estadual atrairia mais o público e deixaria a competição mais forte.
- É uma competição totalmente falida. Sem público e visibilidade, é um verdadeiro inferno para o futebol cearense, não deveria existir. Por mim, haveria apenas a Primeira Divisão e a Segundona. Neste formato que está, pudemos presenciar barbaridades. Maguary e América, dois clubes campeões cearenses, no estádio do Uniclinic, tinham três pagantes. Este torneio levará os clubes a uma situação caótica – declarou Aguiar Junior.
O GLOBOESPORTE.COM/CE procurou a Federação Cearense de Futebol para responder às críticas feitas pelos dirigentes dos clubes cearenses que disputam a Terceira Divisão do Campeonato Cearense. Contudo, os contatos feitos com a assessoria da FCF e diretamente com o presidente da entidade, Mauro Carmélio, não foram atendidos.


 Calouros do Ar - campeão cearense de 1955

Esperança

As equipes tradicionais tentam se reerguer e voltar aos tempos de glória. Para isso, os clubes vão se reforçando como podem para tentar sair o mais rápido possível da Terceira Divisão.
O Maguary, que hoje treina no Estádio Valdir Bezerra, na Lagoa Redonda, e sobrevive com a ajuda do patrocínio da Prefeitura de Fortaleza e de parceiros, trouxe para gerenciar o futebol, o experiente Mirandinha, ex-jogador e técnico, e conta com um elenco bem experiente para conquistar a Terceirona.
- O futebol cearense não pode viver dessa eterna disputa entre Fortaleza e Ceará – diz Aguiar Junior, presidente do Maguary.
O Calouros do Ar aposta em um plantel bem novo, com média de idade de 20 anos, comandados por Clytts Jones, técnico acostumado com acessos. Clytts conseguiu subir para a Segunda Divisão com vários clubes, dentre eles, Caucaia, São Benedito e Tauá.
- Sem a menor sombra de dúvida, estarmos disputando a competição para subir. Na Segunda Divisão, as portas se abrem e é mais fácil conseguir patrocínio. O plantel é bom e faremos de tudo para conseguir – disse o diretor de futebol do Calouros do Ar, Eudásio Barroso.

Calouros do Ar 2011. Crédito da foto: Ronaldo Déber (http://deberlima.blogspot.com)

fonte: http://globoesporte.globo.com/ce/noticia/2011/08/terceira-divisao-do-campeonato-cearense-o-cemiterio-dos-campoes.htm