Botões para Sempre relembra aqueles pequenos objetos de celulóide, que serviam, sobretudo, para capas de relógios e para o nosso fantástico esporte. Eles faziam a cabeça da garotada em épocas saudosas, especialmente no final dos anos 60 e em toda a década de 70. Ainda hoje eles são cobiçados, pois na mesa eles correm uma barbaridade. Mostro abaixo textos sobre a história do celulóide e sua relação com o botonismo. O blog publica também um time muito antigo feito a partir deles, com lentes de 1,8cm de tamanho, os menores botões que agora pertencem a minha coleção. Na mesa já verifiquei que mesmo com o tamanho diminuto, encobrem muito bem os goleiros.
As primeiras notícias a respeito da criação
do celulóide, mesmo que só parcialmente, é um material sintético, da França, de
estudos levados a cabo por H. Braconnete, em 1833. Registram-se também as
experiências de Schönbein, na Alemanha em 1845. Mas quem patenteou o novo
artigo, em 1865, resguardando os solventes e plastificantes da chamada
nitrocelulose, foi um impressor de Albany, Nova York, de nome John Wesley Hyatt, que com sua
descoberta ganhou a medalha “Perkin”, conferida pela “British Society of
Chemical Industry”. Hyatt e seu irmão Isaías obtiveram o celulóide produzindo
um caldo de duas partes de nitrato de celulose e uma parte de cânfora,
gelatinizando depois a mistura sob pressão, na presença de solventes. Dizem os
pesquisadores, comentando tal descoberta, não compreender com Hyatt e o irmão
sobreviveram às experiências a que submeteram a nitrocelulose. Alexander
Parker, Daniel Spill e outros, mais conscientes da explosividade da mistura,
não se atreveram a fazê-lo. Daí Hyatt, que não era um químico, tornou-se o pai
da celulóide – um sintético mestiçado, digamos assim – e também o pioneiro da
sua industrialização em larga escala.
Por que o fizera? Para ganhar um prêmio
então instituído nos Estados Unidos, de 10 mil dólares, para quem inventasse
uma substância capaz de substituir o marfim dos elefantes para bolas de bilhar.
Hyatt não ganhou o prêmio, mas ganhou muito mais com a produção do celulóide –
o arauto da Era Plástica.
Jogo
de Botão na Adolescência
Por Gilberto Maluf - Site Cacellain
Antes
de tudo, esta minha narrativa leva em conta minha idade na época, entre 10 e 13
anos de idade. Tudo começava indo aos relojoeiros para conseguir, alguns
se lembram, tampas de relógio de modelos masculinos, os maiores, também
chamados celulóides. Estes eram destinados de preferência para a
defesa e para a proteção da zaga, onde jogavam os Centro-Médios, que também
auxiliavam na armação das jogadas.
Já
os relógios femininos, menores, eram bons para os atacantes, leves e com muita
facilidade para encobrir o goleiro adversário. Das figurinhas de futebol a
gente recortava o nome e quando dava, o rosto do jogador. Depois de devidamente
colado com fita scotch ( durex)
na parte inferior do celulóide, estava pronto o nosso time de botão. O goleiro
era resultado de uma caixa de fósforo com chumbo por dentro para resistir às
“bombas” dos adversários. Estas bombas eram desferidas pelos jogadores da linha
média, maiores e com potencial de chute forte.
Os
celulóides côncavos eram ideais para chutes fortes. Os convexos, não
planos, lançavam chutes cruzados e por coberturas. Salienta-se que os
goleiros eram revestidos com as fitas scotch
e de preferência com a cor do time do coração. Os palmeirenses usavam a cor
verde, os são-paulinos a vermelha e os corintianos a preta.
Já a
bola nós utilizávamos aquelas que vinham nos jogos das lojas, que parecia
um trapézio, com duas medidas. Com a base maior no chão, era difícil levantar,
iam quase que rasteiras. Já com a base menor no chão, era perfeita para
encobrir os goleiros.
Em determinados lugares a bolinha era feita de piche de asfalto. Certamente o controle dela era mais difícil. Li de um internauta que na mesma época, início dos anos 60, que o seu time de botão ficou 40 jogos em perder e o tabu foi quebrado para um time de tampa de relógio por 7×6. Será que eram as maiores medidas? Eu não gostava de jogar com aqueles times mesclados, ou seja, na defesa colocavam aqueles jogadores de plástico dos times da Fábrica de Brinquedos da Estrela. Eles eram altos e serviam para dificultar nossos chutes a gol.
Em determinados lugares a bolinha era feita de piche de asfalto. Certamente o controle dela era mais difícil. Li de um internauta que na mesma época, início dos anos 60, que o seu time de botão ficou 40 jogos em perder e o tabu foi quebrado para um time de tampa de relógio por 7×6. Será que eram as maiores medidas? Eu não gostava de jogar com aqueles times mesclados, ou seja, na defesa colocavam aqueles jogadores de plástico dos times da Fábrica de Brinquedos da Estrela. Eles eram altos e serviam para dificultar nossos chutes a gol.
O que é Celulóide
É a primeira entre as matérias plásticas artificiais.
Foi inventada por J.W. Hyatt, começando pelo nitrato de celulosa e cânfora. Por
causa da facilidade de coloração e resistência apresenta muitas funções. Todos
os objetos obtidos com celulóide são trabalhados a partir de semi-trabalhados
como as lâminas, as folhas, os bastões, os tubos, as fitas e as películas. Pode
ser serrada, alisada, cortada, laminada, forada, passada, torneada, estampada
por pressão, costurada, encravada etc. Pode também ser moldada simplesmente
aquecendo-a com água ou ar quente; pode ser colada e decorada na superfície.
Acetato
de celulóide
É
utilizada sobretudo para a produção de objetos transparentes, translúcidos e
opacos, entre os quais lembramos calculadores, revestimentos de volantes para
automóveis, cabos de facas, saltos para sapatos, pára-luzes, vidros de
relógios, partes de máscaras protetivas, canetas-tinteiro, cabos de parachuvas,
brinquedos e assim por diante.
Fonte:
Museu do Plástico