Copa de 1982

Copa de 1982
Lembranças da Copa do Mundo de 1982: veja o artigo que escrevi sobre o melhor mundial de todos os tempos

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Os famosos botões de celulóide

Botões para Sempre relembra aqueles pequenos objetos de celulóide, que serviam, sobretudo, para capas de relógios e para o nosso fantástico esporte. Eles faziam a cabeça da garotada em épocas saudosas, especialmente no final dos anos 60 e em toda a década de 70. Ainda hoje eles são cobiçados, pois na mesa eles correm uma barbaridade. Mostro abaixo textos sobre a história do celulóide e sua relação com o botonismo. O blog publica também um time muito antigo feito a partir deles, com lentes de 1,8cm de tamanho, os menores botões que agora pertencem a minha coleção. Na mesa já verifiquei que mesmo com o tamanho diminuto, encobrem muito bem os goleiros.
A história do celulóide
As primeiras notícias a respeito da criação do celulóide, mesmo que só parcialmente, é um material sintético, da França, de estudos levados a cabo por H. Braconnete, em 1833. Registram-se também as experiências de Schönbein, na Alemanha em 1845. Mas quem patenteou o novo artigo, em 1865, resguardando os solventes e plastificantes da chamada nitrocelulose, foi um impressor de Albany, Nova York, de nome John Wesley Hyatt, que com sua descoberta ganhou a medalha “Perkin”, conferida pela “British Society of Chemical Industry”. Hyatt e seu irmão Isaías obtiveram o celulóide produzindo um caldo de duas partes de nitrato de celulose e uma parte de cânfora, gelatinizando depois a mistura sob pressão, na presença de solventes. Dizem os pesquisadores, comentando tal descoberta, não compreender com Hyatt e o irmão sobreviveram às experiências a que submeteram a nitrocelulose. Alexander Parker, Daniel Spill e outros, mais conscientes da explosividade da mistura, não se atreveram a fazê-lo. Daí Hyatt, que não era um químico, tornou-se o pai da celulóide – um sintético mestiçado, digamos assim – e também o pioneiro da sua industrialização em larga escala.
Por que o fizera? Para ganhar um prêmio então instituído nos Estados Unidos, de 10 mil dólares, para quem inventasse uma substância capaz de substituir o marfim dos elefantes para bolas de bilhar. Hyatt não ganhou o prêmio, mas ganhou muito mais com a produção do celulóide – o arauto da Era Plástica.
Jogo de Botão na Adolescência
Por Gilberto Maluf - Site Cacellain
Antes de tudo, esta minha narrativa leva em conta minha idade na época, entre 10 e 13 anos de idade. Tudo começava indo aos relojoeiros para conseguir, alguns se lembram, tampas de relógio de modelos masculinos, os maiores, também chamados celulóides. Estes eram destinados de  preferência para a defesa e para a proteção da zaga, onde jogavam os Centro-Médios, que também auxiliavam na armação das jogadas.
Já os relógios femininos, menores, eram bons para os atacantes, leves e com muita facilidade para encobrir o goleiro adversário. Das figurinhas de futebol a gente recortava o nome e quando dava, o rosto do jogador. Depois de devidamente colado com fita scotch ( durex) na parte inferior do celulóide, estava pronto o nosso time de botão. O goleiro era resultado de uma caixa de fósforo com chumbo por dentro para resistir às “bombas” dos adversários. Estas bombas eram desferidas pelos jogadores da linha média, maiores e com potencial de chute forte.
Os celulóides côncavos eram ideais para chutes fortes. Os convexos, não planos,  lançavam chutes cruzados e por coberturas. Salienta-se que os goleiros eram revestidos com as fitas scotch e de preferência com a cor do time do coração. Os palmeirenses usavam a cor verde, os são-paulinos a vermelha e os corintianos a preta.
Já a bola nós utilizávamos aquelas que vinham  nos jogos das lojas, que parecia um trapézio, com duas medidas. Com a base maior no chão, era difícil levantar, iam quase que rasteiras. Já com a base menor no chão, era perfeita para encobrir os goleiros.
Em determinados lugares a bolinha era feita de piche de asfalto. Certamente o controle dela era mais difícil. Li de um internauta que na mesma época, início dos anos 60, que  o seu time de botão ficou 40 jogos em perder e o tabu foi quebrado para um time de tampa de relógio por 7×6. Será que eram as maiores medidas? Eu não gostava de jogar com aqueles times mesclados, ou seja, na defesa colocavam aqueles jogadores de plástico dos times da Fábrica de Brinquedos da Estrela. Eles eram altos e serviam para dificultar nossos chutes a gol.
O que é Celulóide
É a primeira entre as matérias plásticas artificiais. Foi inventada por J.W. Hyatt, começando pelo nitrato de celulosa e cânfora. Por causa da facilidade de coloração e resistência apresenta muitas funções. Todos os objetos obtidos com celulóide são trabalhados a partir de semi-trabalhados como as lâminas, as folhas, os bastões, os tubos, as fitas e as películas. Pode ser serrada, alisada, cortada, laminada, forada, passada, torneada, estampada por pressão, costurada, encravada etc. Pode também ser moldada simplesmente aquecendo-a com água ou ar quente; pode ser colada e decorada na superfície.
Acetato de celulóide
É utilizada sobretudo para a produção de objetos transparentes, translúcidos e opacos, entre os quais lembramos calculadores, revestimentos de volantes para automóveis, cabos de facas, saltos para sapatos, pára-luzes, vidros de relógios, partes de máscaras protetivas, canetas-tinteiro, cabos de parachuvas, brinquedos e assim por diante.
Fonte: Museu do Plástico

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Caixa de sapatos com botões

Quem não guardava, muito antigamente, os botões em uma caixa velha de sapatos? Pois bem, Botões para Sempre recentemente adquiriu uma caixa com botões de diversos anos: 60, 70 e 80, que pertencia a um antigo colecionador. Sempre adorei colocar minhas pequenas miniaturas de futebol nestas caixas, quando criança. Depois de adulto, um dos meus sonhos era conseguir tais relíquias, todas misturadas em caixas de sapatos. O blog publicará, aos poucos, devido ao tempo que está cada vez mais curto, os jogos de botões e as histórias dos respectivos times que vieram. Basicamente o antigo colecionador adorava botões de 'tampa', os famosos celulóides.
Podemos observar times originais da Brianezi 'duas faixas', do período entre 1977-86, época de ouro destes celulóides que a firma importava do Japão. Há um time 'duas faixas' com lente da Edição de Luxo (45mm), a primeira que adquiri neste tamanho; já que os grandes luxuosos de Lúcio Brianezi, da Seleção de Ouro, vinham em 50mm. Vieram os Sportec, marca criada em janeiro de 1980 e que encerrou as atividades na própria década de 80. Os mesmos decalques (números, distintivos e faixas) desta fábrica eram usados também pela gigante Brianezi, que foi a pioneira dos botões 'oficiais'. No interior da caixa também podemos encontrar alguns Bolagol, que foram fabricados pela 'Indústria de Artefatos Plásticos Santa Maria', entre 1966-1980.
Verifiquei vários botões de galalite, que são ainda muito utilizados pelos brasileiros, especialmente cariocas, gaúchos e baianos. São peças adoradas nestes Estados. Já em São Paulo, os jogos de galalite não tinham tanto destaque, por isto que nunca me interessei em comprá-los, mas mesmo assim estes botões irão para a coleção, pois são os primeiros que me apareceram. Há diversas tampas de relógio antigas, dos anos 60 e 70, pintadas uma a uma, emolduradas com escudos de times, emblemas de países, e menções de marcas de camisas e objetos esportivos que o ex-colecionador adorava como 'Topper', 'Adidas' e 'Puma'. Uma verdadeira alquimia. Aliás, quando éramos criança, nossa imaginação não cessava na construção de times.
Presenciei também um joguinho completo com 10 peças, de tampinhas de celulóide de tamanho minúsculo, cerca de 1,8cm. Uma palheta de celulóide antiga e ilesa, bem flexível, macia, de cor marrom bem escura, também surgiu na caixinha. Deveria ser da Brianezi, mas pintada de uma cor só, com o mesmo material e tamanho das palhetas coloridas. Enfim, com o tempo publicarei os botões e os times, contando sempre suas histórias.
No começo da década de 80, logo depois da visita do Papa João Paulo II ao Brasil, meu pai tinha o costume de me levar até a casa de meu saudoso avô, com o Estrelão e uma caixa de sapatos com vários botões. Foto tirada pela minha saudosa tia, com meu pai, e a caixinha de sapatos.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A origem do Futebol de Botão também seria inglesa?

Dúvidas. Lendas. O certo é que existem muitas teorias que envolvem o surgimento de nossa 'brincadeira', isto é, do nosso amado esporte. Desde o antigo jogo da 'pulga' muito praticado na Europa, com as mãos, em forma de 'petelecos', até a existência de relatos espanhóis no fim do século XIX. Na Hungria, os especialistas deste querido país do Leste Europeu afirmam que o sectorball é praticado desde 1910. No Brasil sabemos da história do 'Papa do Botão', Geraldo Décourt, pioneiro e o maior divulgador do surgimento do futebol de botão em nosso país.

Botões para Sempre mostra abaixo uma foto datada de 1910. Na Europa do início do século passado está registrada, em divulgação, neste jornal ou folheto impresso, de nome 'Leader', de Londres, capital inglesa, dois técnicos-jogadores concentrados na manipulação de seus botões distribuídos sobre uma mesa de jogo com dois goleiros nas suas extremidades. Seria a origem europeia do jogo de futebol de botão? O futebol de botão também teria se originado na Inglaterra, país dos inventores ou, ao menos, os organizadores do futebol 'association', de campo?
A primeira foto conhecida no Futebol de Mesa ou Futebol de Botão é esta de Londres, de 1910, remetida da Sérvia por Milos Krstic, músico, grande botonista de seu país do Leste, e um dos maiores divulgadores do futebol de mesa (sectorball) na Europa.
O sérvio Milos Krstic: sabe tudo da história do botonismo e também relacionado ao Brasil e nossos clubes.
No ano de 1930, o brasileiro Geraldo Décourt publica o primeiro livro de regras do Futebol de Botão Nacional, na época chamado de 'Foot-Ball Celotex' e que viria a tornar-se um documento histórico pelo seu pioneirismo. O nome 'Futebol Celotex' foi dado, originalmente, ao jogo de futebol de botão, em decorrência do material usado na época para confecção das mesas de jogo, o qual tinha este mesmo nome. Talvez o 'Celotex' tivesse alguma semelhança com as chapas de 'eucatex' e 'duratex', utilizadas para a fabricação de mesas de jogos de botão para crianças nos dias atuais.
O pioneiro Décourt recebeu o título de "Papa do Botonismo Brasileiro", pois com ele surgiu os primeiros registros impressos da existência do futebol de botão no centro político, administrativo e econômico do Brasil.
Material de fotos antigas e fonte de pesquisa histórica: botonista gaúcho Enio Seibert, foto acima.

Um pouco do que fez DÉCOURT
Em 1922, quando comemorávamos o ano do centenário da Independência do Brasil, Geraldo Décourt conheceu Higino Mangini e seu irmão Francisco, que o ensinaram a praticar o futebol de botões, tendo jogado pela primeira vez na escadaria da Rua Visconde de Paranaguá, onde morava no nº 40, antes de possuir sua primeira mesa envernizada e disputar os primeiros campeonatos de 1922 com Mario Sallorenzo, José da Silva, Rudolf Langer, Oscar Vieira e Jaime Ferraz.
Por volta de 1930, fazia toda a cobertura jornalística em diversos jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo, contando com a colaboração de amigos como Thomaz Mazzoni e José de Moura, que nunca recusaram notícias sobre o futebol celotex.
Na mesma época, a Liga Pernambucana tinha na parede de sua sede um retrato de Décourt, uma foto dele recebendo um troféu e outra de sua linha atacante.
Grande incentivador desta modalidade, Décourt foi o autor das primeiras regras dessa salutar prática, impressas como Celotex.
Na época, o meia Tatu, do Corinthians e campeão sul-americano pela seleção brasileira, faleceu vítima de tuberculose e Geraldo Décourt doou para uma campanha em seu benefício cem exemplares de sua regra.
Por força de seus afazeres, tais como a pintura moderna, negócios, jornalismo, radialismo (cantor e compositor), Décourt afastou-se por uma longa temporada do futebol de mesa.
Morou no Rio de Janeiro cerca de 30 anos, 5 no Rio Grande do Sul, casou-se em 1947 em Vitória (ES) e retornou a São Paulo em 1949.
Ao futebol de mesa retornou através de Éder Jofre, o "Galo de Ouro", que o aproximou do então presidente da Federação Paulista de Futebol de Mesa, Décio Zuccaro. Nessa oportunidade, Decourt prometeu cooperar e participar do movimento em favor da difusão da modalidade, com o seu melhor empenho.
Fez parte da extinta Federação Paulista de Futebol de Mesa, jogando no Grêmio Dramático Luso Brasileiro, em 1964, quando conheceu Luiz Gonçalves da Silva, um dos fundadores da Federação Paulista de Futmesa e artesão de botões no estilo 'tampa', Flávio Seabra Ferraz e Roberto Milagres. Também conheceu Newton Andrade e Carlos Casal del Rey, que possuíam seus estádios com quatro refletores.
Em 1980, visitando Santos, em companhia de Hideo Ue Filho e Eliahou Vidal, conheceu Jurandir da Silva Marques, com mais de 70 anos, que fez um pequeno comício a respeito do que Decourt fez e fazia naquela época, citando clubes e locais onde o vira jogar.
No mesmo ano, esteve presente ao Congresso de Abertura do I Campeonato Brasileiro da modalidade três toques, no Rio de Janeiro.
Criou o Botunice Informa, boletim informativo de seu clube, o Botunice, e dos demais clubes de São Paulo.
No dia 13 de julho de 1982, em Lagoinha, Ubatuba, São Paulo, compôs o Hino do Botonista, homenagem aos botonistas do Brasil de todas as regras.
No mesmo ano, afastou-se do futebol de mesa, motivado pela paralisia parcial que o atingiu tão traiçoeiramente e o impediu de participar até como simples assistente.
Em 1987, publicou o livro "Aconteceu, sim!..., 150 páginas de um “solista da escala cromática”.
Apesar de seu longo histórico, Décourt sempre deixou bem claro que nunca disse para ninguém ter sido o inventor do futebol de botões, mas sim autor da primeira regra impressa.
Jornal de 1930
O celotex que depois virou o nosso amado Futebol de Botão
Registro muito antigo do Futmesa em 1918, by periódico 'Vida Sportiva'

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Foto histórica

Foto inédita do querido 'Tremendão da Aerolândia', o tradicional Calouros do Ar - CE, disputando a principal divisão do Estadual cearense do ano de 1985. O tricolor da antiga Base Aérea de Fortaleza tem que voltar correndo ao seu lugar de origem, jogando com os grandes de seu Estado. Em 1972, chegou até a disputar a série B do Nacional. Nos campeonatos de botão, o time da Brianezi segue firme na Primeira Divisão de Oficiais.
 Fonte: Diário do NE
 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Futebol Miniatura e Bolagol - 13 de agosto de 1966

Botões para Sempre 'A Enciclopédia do Futmesa' mais uma vez enobrece a história do Futebol de Botão, contando fatos do passado de nosso amado esporte. O blog pesquisou o número do antigo CGC-CNPJ da 'Indústria de Artefatos Plásticos Santa Maria Ltda', que produzia os botões Bolagol, e verificou que a saudosa firma teve sua data de abertura (exata) no dia 13 de agosto de 1966. A fábrica, que se localizava na Rua da Alfândega, no bairro do Brás, em São Paulo, produziu cerca de 130 equipes (ou mais, pois existiam vários catálogos com times diferentes) entre clubes nacionais (a sua grande maioria), estrangeiros e seleções. Encerrou as atividades no início dos anos 80. Infelizmente. Deixo aqui um registro de parabéns ao sr. Adolpho, ex-proprietário da fábrica, por fazer parte da antiga história do botonismo. Antes da fabricação do 'Futebol Miniatura', a Estrela lançava botões muito parecidos, com o processo de injeção de escudos, intitulados 'Azes da Pelota', criados em meados de 1958-1960. Mas a relação de times produzidos pela Santa Maria foi bem maior.
O site publica uma menção honrosa à fábrica, reproduzindo um capítulo do excelente livro 'O mundo acabou', escrito por Alberto Villas, Editora Globo. O jornalista abordou sua infância vivida num Brasil mais inocente e cordial. E, claro, enfatizou os brinquedos e jogos de botões que marcaram sua época. O destaque fica por conta da fábrica 'Santa Maria', que produziu inicialmente o 'Futebol Miniatura' e, posteriormente, os Bolagol. Também publico abaixo um agradecimento ao excelente site do 'Memórias do Vitória -BA' que conta, de forma fantástica, a brilhante passagem do zagueiro Tinho no rubro-negro baiano. No final da postagem, o referido site mostrou o jogo de botão raríssimo do 'Futebol Miniatura' de minha coleção, que pertencia a um antigo colecionador. Nestes botões Bolagol do Vitória, o seu ex-dono registrou a escalação a lápis, quando foi adquirido o jogo de botão. Pela pesquisa, a escalação da equipe pertencia ao quadro de 1966-1967, ou seja, logo no início de fabricação dos botões da Santa Maria. Os botões, seguramente, fazem parte de um dos jogos mais antigos produzidos pela firma. A escalação escrita pelo antigo colecionador foi deixada por mim. Nunca irei apagá-la. O saudosismo está presente nesses pequenos detalhes que enriquecem a história dos brinquedos.
Capítulo do livro 'O mundo acabou', do jornalista Alberto Villas que retrata os botões Bolagol.
O bairro do Brás, na Rua da Alfândega, no final dos anos 60 e em toda década de 70, vivia lotado de colecionadores em busca dos pequenos objetos do Futebol Miniatura e Bolagol.
Trechos da história do ex-zagueiro Tinho, do Vitória-Ba, que jogou no final dos anos 60, do site 'Memórias do E.C Vitória'. Os botões originais de minha coleção 'Futebol Miniatura' foram fabricados logo no início da firma 'Santa Maria' e reproduzem a escalação do time (escrita a lápis), em 1966/1967, que foi deixada pelo seu antigo colecionador.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

News - Super Campeonato em 'carinhas'

Os primeiros classificados para a 2ª fase do Campeonato mais longo do ano, apenas em 'carinhas'. 64 clubes (32 da série A) e (32 da série B) estão reunidos juntos para revivermos os antigos campeonatos que foram realizados na época da ditadura militar em nosso país, nos anos 70. Para lembrarmos daquela frase: 'Quando a Arena vai mal, mais um time no Nacional'. Decidi juntar os times, a grande maioria em gullivers, mostrando que os times da série B podem muito bem passar de fase. Muitas surpresas estão acontecendo. Pelo Grupo A passaram Piauí-PI de 1985 e Catuense-BA de 1984. No Grupo B avançaram São Paulo-SP de 1971 (Estrela original) e Rio Branco-ES 1985. No Grupo C o Fortaleza-CE 1973 e Londrina-PR 1977, ambos gullivers antigos, dos anos 70, com arte do saudoso Alessandro di Caprio. No Grupo D, Palmeiras-1978 (Gulliver original) e CRB-AL 1977. No Grupo E, o Internacional-RS 1977 (Gulliver original) e Coritiba-PR 1977. No Grupo F, o Joinville-SC 1977 e o Calouros do Ar-CE 1970´s (arte do Moisés Correia, do blog Botões & Esquadrões). Ainda faltam os grupos de F a Q. Longa jornada pela frente. Até o final do ano. A curiosidade fica por conta dos times originais, por enquanto todos avançaram. Já os times da B, boa parte estão se classificando, surpresas ausentes como Caxias-RS 1977 e Caldense-MG 1979 (Futebol Cards) que estavam na série A do ano passado, não avançaram, respectivamente. Mesmo processo teve o São José-SP de 1980.
Catuense-BA pousando nos anos 80. Time que avançou no meu 'Super Campeonato Nacional', pelo grupo A.
O time de Catu-BA que jogava em Alagoinhas, interior da Bahia, nos anos 80, arte feita pelo saudoso Alessandro do Tribuna do Botão. Bobô era ídolo da equipe.
Palmeiras original de 1978; o jogador que apresenta a fotografia mais desgastada com o tempo, o Escurinho, comprado pelo meu saudoso avô paterno, até então, tem sido o maior goleador e jogador do campeonato.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

sábado, 17 de outubro de 2015

Rio Preto - SP - A paixão pelo Futmesa

Toda tarde de sábado, das 13 às 17h30, o Centro Esportivo do bairro Eldorado, na zona norte de Rio Preto, vira ponto de encontro de um grupo de 14 homens. Eles se reúnem há mais de 30 anos, com empolgação típica da infância, para jogar partidas de futebol de mesa, o botão, esporte muito popular nas décadas de 1970 e 1980. Parte do grupo integra o time de futebol de mesa oficial do América Futebol Clube, liderado por José Luis Mendonça, de 54 anos, fanático jogador de futebol de botão. "Às vezes, a empolgação é tão grande que nós perdemos a noção do tempo e paramos quando está tudo escuro", comenta Mendonça.
Marcelo Mattos, o Aranha, de 45 anos, é um dos precursores do futebol de mesa em Rio Preto
Quem pensa que futebol de botão é brincadeira de criança está muito enganado. Há regulamento e até entidades fortes como a Federação Paulista de Futebol de Mesa e a Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, a 'CBF' deles. O futebol de botão foi inventado em 1930 pelo brasileiro Geraldo Cardoso Décourt, mas só acabou reconhecido e regulamentado na década de 1970. Em Rio Preto, o primeiro grupo de jogadores começou a ser formado em 1985, diz Marcelo Mattos, 45 anos, o Aranha, como é mais conhecido, um dos precursores da modalidade no município. "Esse ano é significativo para nós, porque estamos comemorando 30 anos do futebol de mesa em Rio Preto. Chegamos a ter quatro equipes. Palestra, Rio Preto, Capitão e América, o único ainda em atividade", destaca Aranha.
No ano passado, o América conquistou os títulos de campeão da Copa do Brasil de Futebol de Mesa, nas categorias individual e por equipes. "Estamos na fase de terminar o campeonato iniciado no ano passado e vamos começar um novo em fevereiro, com a participação de mais de dez equipes", informa José Luís Mendonça. Na luta para tentar arrebanhar novos jogadores, o que desanima os velhos praticantes é a injusta concorrência com os jogos eletrônicos da série Playstation 4. Não é fácil convencer a molecada deixar o joystick para optar pelos botões. "Tem de ver quando dou oficina no Sesc de Rio Preto. Os meninos ficam meio assim, mas logo depois que conhecem de perto, passam a gostar", diz o aficionado Mendonça. Uma parceria entre o clube e a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Smel) poderá proporcionar a criação de uma sala de aula para o futebol de mesa no Centro Esportivo do Eldorado. A data de início do curso e a quantidade de vagas serão divulgadas nas próximas semanas, mas não haverá qualquer cobrança de taxas aos participantes. Quem quer entrar neste esporte, pode ter de desembolsar de R$ 200 a R$ 300 para os jogos completos de jogadores, em média, contendo entre 12 e 20 peças. Há como encontrar nas lojas de R$ 1,99 jogos de plástico, mas, segundo os antigos praticantes, a qualidade é bem inferior. 
Fabricante recebe pedidos de 5 Estados
A escalação, o torneiro mecânico Roberto Rodrigues, de 51 anos, tem de cabeça há 38 anos: Tobias; Zé Maria, Moisés, Zé Eduardo e Wladimir; Basílio, Ruço e Neca; Vaguinho, Lance e Romeu Cambalhota. Esse era o time do Corinthians de 1976, no primeiro jogo de botão do morador do bairro Solo Sagrado, na zona norte de Rio Preto. "Eu tinha uns 10 anos. As peças eram mesmo em forma de botão. Colava o escudo do time, com as figuras que vinham da Revista Placar. Hoje, meu time é o Manchester United, da Inglaterra", diz Rodrigues. Quase 40 anos depois, Roberto se tornou um dos mais requisitados fabricantes de times de futebol de mesa do Brasil. É na sua oficina de torneiro mecânico, que ele atende os pedidos que vêm de Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, Florianópolis, Belo Horizonte e São Paulo. "Temos muitos praticantes espalhados pelo País, com campeonatos competitivos. Principalmente no Rio de Janeiro", destaca o fabricante. O trabalho é todo artesanal, desde o corte das peças. Jogadores de meio-campo e ataque têm 50 milímetros de diâmetro e as peças utilizadas na zaga têm 60 milímetros de diâmetro. Todas são de formato circular, exceto o goleiro que é retangular. "Nos pedidos que recebo há inclusive instruções detalhadas para a angulação da peça, porque fazem a diferença para fazer os gols", explica o torneiro. A frustração de Roberto Rodrigues, por enquanto, é ainda não ter para quem repassar o amor pelo futebol de mesa. Sua única filha não joga. A esperança vai para quando ela tiver um filho.
Modalidade possui duas regras
O futebol de mesa é praticado com 11 peças para cada time. Dez redondos com a função de jogadores de linha e um retangular, que simboliza o goleiro. Todas as peças são impulsionadas por fichas, apenas por um jogador. Em uma mesa de superfície lisa, com 1,40 metro de comprimento por um metro de largura. A bola é um botão de forma circular, com apenas um centímetro.Há duas linhas de regras de futebol de mesa no Brasil. A de 12 toques e a de três toques. Na conhecida como Regra Paulista, a 12 toques, cada partida tem 20 minutos de duração, dividida em dois tempos de dez minutos cada. O jogador com a posse da bola pode fazer até 12 toques antes de chutar a gol. Se ultrapassar o limite, sofre um tiro livre, espécie de cobrança de pênalti. Esta é a mais praticada pelos rio-pretenses.Na três toques é usado regulamento do futebol de campo e as partidas tem 40 minutos de duração, divididos em dois tempos de 20 minutos cada. E cada equipe pode dar no máximo três toques até finalizar para o gol adversário.
Fonte: Diário da Região

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Do fundo do Baú - Placar de 1988

Botões para Sempre encontrou perdido um recorte, no meio de um livro de futebol, da Revista Placar de junho de 1988. A matéria: 'Dentista imbatível'. Parabéns ao Dr. Adélio da Silva Pereira!

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Memória - Pedro Rocha - 'El Verdugo'

Botões para Sempre, em homenagem ao recente jogo de botão da Estrela, presta um pequeno tributo ao El Verdugo, 'Carrasco', o saudoso uruguaio Pedro Rocha. O craque, um dos maiores ídolos do São Paulo e da seleção do Uruguai, tinha uma loja de esportes na esquina das ruas Joaquim Floriano e João Cachoeira, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Quando criança meu pai chegou a comprar camisas de futebol em sua loja. Seguramente muitos jogos de botões lotavam as prateleiras da 'Pedro Rocha Sport'. Saudades...
Alto, magro, elegante e tranqüilo, o uruguaio Pedro Rocha chegou ao São Paulo em agosto de 1970, comprado do Peñarol, de Montevidéu, por 880 mil cruzeiros. Àquela altura, já havia jogado as Copas do Mundo de 1962, 1966 e 1970 pelo Uruguai (jogaria, ainda, a de 1974). Tinha vencido dois Mundiais Interclubes (1961 e 1966) e três Libertadores (1960, 1961 e 1966), além de sete Campeonatos Uruguaios pelo Peñarol. Era, enfim, um jogador já consagrado internacionalmente. No São Paulo, sua função bem diferente da que exercia no ataque do histórico time do Peñarol, campeão de tudo o que disputou nos anos 60, formado por Abbadie, Cortes, Spencer, ele e Joya. Como era de se esperar, a experiência deu errado. Não para o time, que em 1971 chegou ao bicampeonato paulista, mas para o craque uruguaio. As coisas só começaram a melhorar para o lado dele quando Gérson foi vendido ao Fluminense, em 1972. Mais solto, Pedro Rocha começou a mostra todo o seu grande futebol. Chegou a ser artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1972, ao lado de Dario (o Dadá Maravilha), com 17 gols - Rocha é, até hoje, o único estrangeiro que conseguiu essa façanha. Em 1975, o São Paulo foi novamente campeão paulista, graças à boa fase do Verdugo (apelido herdado do goleador argentino Eduardo Hoberg, o primeiro a ser chamado de verdugo, ou carrasco, dos goleiros adversários). Rocha manteve-se como o principal jogador tricolor até 1977, ano da chegada do técnico Rubens Minelli. Emprestado ao Coritiba, Pedro Rocha sagrou-se campeão paranaense de 1978. Antes de encerrar a carreira, passou ainda pelo Palmeiras e pelo Toros Neza, do México. Tornou-se treinador de futebol e comandou equipes como Mogi Mirim, Portuguesa e Rio Branco de Americana.
Placar de 72

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Manufatura de Brinquedos Estrela (Original raro do São Paulo FC 1971) 'Carinhas'

No Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida, Botões para Sempre revive mais uma vez a famosa fábrica 'Manufatura de Brinquedos Estrela S/A', mostrando o recém-adquirido São Paulo FC, o Tricolor do Morumbi; todos os botões originais, no modelo 'panelinha', em 'carinhas'. A escalação que a Estrela se baseou foi no timaço bicampeão paulista de 1971, com os craques Gerson, o uruguaio Forlán, Toninho Guerreiro, Edson Cegonha, Arlindo, Terto, Jurandir, Paraná, Gilberto Sorriso e sua estrela maior, o craque Pedro Rocha, da seleção uruguaia. Além do arqueiro Sérgio Valentim, que, curiosamente, depois de seis anos estampava o Coritiba, na coleção de botões da Gulliver 'Carinhas'.
Já se vão 44 anos de fabricação destes botões. Por incrível, eu não era ainda nascido quando estes botões foram fabricados pela gigante Estrela. As fotografias originais nos botões, já um pouco escurecidas com o passar do tempo, mostram como era a infância vivida pelas crianças da época. Dava gosto ir às lojas e magazines para adquirir um brinquedo como este. Botões para Sempre tenta resgatar estes momentos lúdicos e especiais do nosso passado. Vamos à mesa! O time do São Paulo, do 'canhotinha de ouro', Gerson, entrará em campo para disputar o 'Super Campeonato Nacional', agora com carinhas da Gulliver e Estrela.
Terto, um dos destaques da equipe bicampeã paulista
'Pra frente campeão', um dos vários nomes que a empresa dava aos seus produtos.
Todos os logotipos ao longo da História 
A História dos 'Canoinhas' e 'Panelinhas' 
Botões para Sempre conversou com o ex-presidente da Federação Paulista de Futebol de Mesa, Jorge Farah, sobre a história da fabricação de jogos de botões da Estrela. A fábrica, seguramente, foi a pioneira na industrialização de jogos de botões no Brasil. Fez um modelo muito parecido com os Bolagol, de galalite, com injeção de escudos, na coleção intitulada 'Azes da Pelota', em 1958 (ver nos Marcadores). Aproximadamente, em 1961, a Estrela iniciou a produção dos botões 'canoinha', especialmente da coleção intitulada 'Reis do Futebol'. "Estes foram lançados somente em 1962, pois tenho a escalação das equipes nos botões. A melhor forma de verificarmos é pesquisando as escalações em jogos dos clubes", salienta Farah. O colecionador ressalta que a Estrela fabricou somente os grandes de São Paulo, leia-se: São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos. E os mais famosos do Rio de Janeiro, entenda-se: Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo. "A exceção é a Seleção Brasileira de 1970 que foi lançada em 1971", enfatiza. Farah aborda também que os botões da Estrela são anteriores aos botões de banca de jornais e que os 'panelinhas' ou 'estrela chutador', nome dado a estes botões, são apenas continuação da coleção dos 'canoinhas', mas com alteração na forma do botão. Os canoinhas foram produzidos até meados dos anos 1970, logo sendo colocado no mercado os 'panelinhas' que vieram na forma de distintivos dos clubes, não somente com as carinhas. Lastimavelmente a Estrela parou de produzir os jogos de botões no começo de 1980, quando os clubes exigiam o pagamento de royalties pela confecção dos escudos. Mais uma vez vale recordar: quem perdeu nesta história toda fomos nós, amantes do esporte e do colecionismo. Bola fora dos clubes, lamento muito que isto tenha ocorrido, o mesmo fim teve a Brianezi. Uma pena...
12 de Outubro é o Dia da Criança. Dia do Brinquedo Estrela.
A empresa foi fundada em 1937, em São Paulo, no distrito do Belém, na Rua Marcos Arruda.
Nesta foto, eu com apenas seis anos brincando na casa de meu saudoso avô materno, no famoso Estrelão, da famosa 'Manufatura de Brinquedos Estrela'. A fábrica parou de produzi-lo em meados de 1985.

A História em Fotos do São Paulo de 1971, bicampeão Paulista
Repare que é a mesma escalação em que a Estrela se baseou para confeccionar o Tricolor Paulista
O Morumbi no começo dos anos 70
Arlindo
1971
Forlan, é sempre bom reviver estas camisas em algodão da época. Oh, tempos bons...Grandes jogos, só craque em campo!
Gilberto Sorriso. Curiosamente o brilhante jogador também está presente no meu Santos original da Gulliver, de 1978. Agora precisarei saber em qual clube ele deverá atuar em meu campeonato de botão. (rs). Grande Gilberto! Parabéns pela sua linda carreira no futebol; um cordial abraço do jornalista Ricardo Bucci
Paraná
O saudoso e um dos maiores ídolos, Pedro Rocha
Toninho Guerreiro
1970: entrega das faixas
Taça de Prata 1970
1971-72
O canhotinha Gerson, o primeiro à esquerda, com o goleiraço Sérgio, e seus companheiros de equipe
Para terminar, uma imagem da região do Ibirapuera, em São Paulo, exatamente em 1971, época da produção deste jogo de botão da Estrela.
Fonte de pesquisa: Guia dos Curiosos de Marcelo Duarte, Terceiro Tempo de Milton Neves e Gazeta Press