Em 1959, o espanhol Mariano Lavin
Ortiz chegou ao Brasil com seus filhos. Eles fundaram a 'Gulliver Manufatura de
Brinquedos' dez anos depois, isto é, em 1969. O nome foi escolhido porque, na infância, Ortiz
adorava a história “As Viagens de Gulliver”. Com quarenta décadas, a empresa
foi responsável por brinquedos clássicos, como as pelúcias da Família Peposo,
os Agarradinhos e o Forte Apache. Começaram a fazer botões na década de 1970.
Em 1977, começaram a estampar o rosto dos jogadores, os famosos botões de 'carinhas', coleção esta que foi a minha pioneira dentro da história do botonismo. Pararam de fabricar as respectivas 'carinhas', uma pena, por volta de
1980. Lembro-me com orgulho e saudosismo que meu avô paterno, filho de molisianos, região perto de Nápoles, Sul da Itália, o sr. Oswaldo Bucci, me levava até uma banca de jornais para comprar os pacotinhos destes botões de 'carinhas'. Neles haviam três jogadores e a coleção ia aumentando. Isso foi por volta de 1979. Dois anos antes meu irmão já adquiria os primeiros times de 'carinhas' e que justamente foram os primeiros times de botão que apareciam em casa: o Corinthians e a Ponte Preta, Gulliver Cristal, que disputaram a finalíssima do Paulistão de 1977. Em 1986, a empresa vendeu 150
mil equipes, com botões de escudos dos 20 principais times do Brasil, que eles elegeram para produzi-los. Um atrativo era o preço mais baixo. Enquanto um Brianezi custava
na época 140 cruzados, um time da Gulliver saía por quatro vezes menos.
Uma das coleções mais amadas pelos colecionadores de botões: "Grandes times do Futebol Brasileiro" e os craques em 'carinhas' de 1977-78.As cartelas que vinham nos saquinhos para adesivação
O Santos 'cristal', original da Gulliver de 1978, na época dos 'Meninos da Vila'. Reforço de peso para a disputa de meu "Super Campeonato Nacional", que já está em andamento, somente com botões de 'carinhas'.
Palmeiras original de 1978, de minha coleção
Julho de 1978. Esta imagem reproduz o que eu e meu irmão vivíamos na época. O Chevette marrom de meu pai, botões Gulliver 'carinhas' e brinquedos clássicos.
A Ponte Preta da Gulliver original de 1977 foi um dos primeiros times que apareciam em minha casa.
Edição de Luxo da Gulliver de 1978 de minha coleção
A série "Grandes times do futebol brasileiro", com rosto colorido de jogador (1977)
Os famosos Bolão e as caixinhas com seleções. Relíquias também do final dos anos 70
As viagens de Gulliver
Quem não conhece “As viagens de
Gulliver”, no célebre romance de Jonathan Swift? Assim como o herói de Swift
saiu de seu país e foi parar em Lilliput – uma terra habitada por homens
pequeninos. Em março de 1959, Mariano Lavin Ortiz e seus filhos chegaram à
nossa terra e encontraram também uma porção de seres pequeninos – as crianças. E foi pensando nelas e para dar
continuidade ao trabalho desenvolvido pelo pai na Espanha que, em 1969, em São
Caetano do Sul – SP, os filhos fundaram a Gulliver Manufatura de Brinquedos. O
nome foi escolhido por eles que quando crianças, eram fascinados pelas viagens
narradas no romance de Jonathan Swift.
A aventura começa na Espanha
A aventura começa na Espanha
Na Espanha, Mariano Lavin Ortiz
já mantinha forte relação com o universo dos brinquedos, mantendo uma fábrica
de brinquedos na cidade de Madrid no começo dos anos 50. Sua convicção
democrática, no entanto, era incompatível com a política do general Franco e,
assim, em 1959, ele emigrou para nosso país com sua família. Mariano Lavin
Ortiz faleceu em 1973, aos 59 anos, certo de ter concretizado seu sonho e sua
aventura em nossa Lilliput – aventura essa continuada com a mesma eficiência
pelos filhos e netos.
Funcionando hoje em novas e
modernas instalações, em São Caetano do Sul, cidade em que foi fundada, a
Gulliver tem evoluído, procurando oferecer sempre o melhor no mercado de
brinquedos. No começo eram brinquedos de PVC, que evoluíram depois para
diversos processos de transformação de plásticos. No início produzindo
miniaturas pintadas artesanalmente baseadas em seriados de TV de temas do velho
oeste americano como o Forte Apache, Acampamento Apache, Caravana, Chaparral e
Super-Heróis como Batman e Robin, Super-Homem, Mulher-Maravilha, Homem-Aranha,
Hulk, Capitão América, Homem de Ferro, sem falar no inesquecível Batmóvel
clássico.
1978Propaganda da revista Tio Patinhas, de 1975
Copa do Mundo, da Gulliver, de 1982.
Formato dos botões da Copa Gulliver Copa do Mundo de 82
México para a Copa de 86: três tamanhos
Botões de 02 tamanhos
Ceará difícil de se achar
Seleções diversas
Caixa da 2ª geração, anos 80
Reparem no Flamengo, à esquerda, do final dos anos 70 e o da direita, dos anos 80/90
Catálogo da segunda fase
Os famosos 'Bolão'
Copa do Mundo de 1978
Esta Holanda deslizava perfeitamente nos meus Estrelões antigos. Também do final dos 70´s
Uma seleção CBD bem antiga, final dos anos 70
Futebol de Botão Cristal, os famosos acrílicos, anos 80
Sim, o Corinthians tinha fundo verde, no final dos anos 70.
Saquinhos que vendiam em bancas de jornais, no fim dos anos 80, início dos 90
A série atual da Gulliver é composta por jogos de
futebol de botão com times nacionais, como Palmeiras, Corinthians, São Paulo,
Flamengo, Vasco e Santos, e com seleções de outros países, como Argentina,
Itália e Espanha.
Fonte de pesquisa: Site oficial da Gulliver, Guia dos Curiosos (Marcelo Duarte) e os blogs: Coleção de Botão, Meus Times de Botão e Futebol de Botão Antigo
É uma pena que atualmente eles tenham relegado a fabricação dos botões a apenas seleções nacionais.
ResponderExcluirVerdade, Vitor, até inseri esta informação no subtítulo. A última vez que encontrei um saquinho contendo um São Paulo FC da série Neymar foi nas Lojas Americanas, na Av. Paulista. Na Internet até vi pequenas lojas que vendem, em Minas Gerais, mas realmente as seleções são mais fáceis de se achar. Abs Ricardo
ResponderExcluirEstive pesquisando sobre futebol de botão na internet para matar um pouco das saudades da minha infância e achei esse blog. Gostei bastante, você está de parabéns. No entanto, gostaria que você me ajudasse. Para a Copa de 86, a Gulliver lançou uma coleção só de seleções. Você sabe me dizer quais seleções foram comercializadas? Abraços!
ResponderExcluirOlá, João Paulo! td bom? Muito obrigado por gostar do site; então, pelo que sei a Gulliver optou por fazer mais as seleções tradicionais em 1986. O México, anfitrião da casa, foi feito, inseri acima. Eles vendiam na forma de saquinhos plásticos. Acredito que foram feitas as tradicionais, nesta época eu não comprei esta coleção, já que a Brianezi ainda reinava absoluto. abs Ricardo
ResponderExcluirOla poxa a gulliver parou de fabricar os botões bolao mas eu gostaria muito que ela voltasse a fabricar
ResponderExcluirOlá, parabéns pela sua coleção, logo vou postar aqui meu site também para nós, apaixonados por futebol de botão (principalmente da Gulliver) e tenho uma dúvida, o botão naquele modelo de 3 tamanhos "México para a Copa de 86" foi fabricado até que ano? Eu tenho vários times aqui (Flamengo, São Paulo, Vasco, Botafogo, Fluminense, etc) Eu nunca tinha visto e nunca tinha jogado com estes de 3 tamanhos diferentes, eu sempre joguei com os botões dos anos 90 (todos do mesmo tamanho) da Gulliver.
ResponderExcluirGostaria muito que os botões bolão voltassem a ser vendidos nas lojas aqui em Manaus vejo apenas os Cristal com 6 seleções,esses Cristal estou usando mesmo para colocar seleções do mundo todo onde faço imprimir os adesivos e os bolões estou fazendo times
ResponderExcluirOlá, Ricardo!
ResponderExcluirQuero lhe dar meus parabéns pelo seu blog, e manifestar minha concordância com os colegas que sugerem a volta da produção e comercialização dos botões Gulliver de três tamanhos!
Eu gosto de toda a minha coleção de botões, mas os de três tamanhos da Gulliver são os meus xodós, e, eu só não sugiro diretamente à Gulliver por não encontrar um canal de comunicação entre a empresa e o cliente...
eu tive esses de 3 tamanhos na epoca, acho q vinham numa caixinha de acrilico, tinham 2 tipos de bolas tb...
ExcluirEu Marco Yoshizawa tenho Guliver de plastico de 3 tamanho acho que são de uma geração antes do cristal, adoraria que a Guliver os refizessem em plástico resistente porque esses jogaram bem até contra botões oficiais da regra dadinho abraços a todos botonistas do Brasil
ResponderExcluirPassando apenas para parabenizar o blog pelo belo trabalho.
ResponderExcluirentre 87 e 88 eu tive de diversos clubes dessas caixas vermelhas da segunda geração Cristal e tive também uns que vinham em uma caixinha de acrílico, com os botões com tamanhos diferentes (acho que nesse mesmo shape da copa de 86), dois tipos de bolas. A mesa não lembro se era Gulliver tb ou se era Xalingo. bons tempos!
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