Botões para Sempre traz uma postagem que relembra um pouco dos anos 70 e 80. É claro que a temática não poderia ser diferente: os amados jogos de botões e suas épicas partidas em Estrelões antigos. Quando criança (por volta de 04 anos, pasme) já observava meu irmão mais velho na mesa de botão. Não entendia direito e não consigo lembrar-me de todos os detalhes. Contudo, muita coisa eu lembro e conto abaixo. Meu primeiro contato foi no fim dos anos 70, mais especificamente em 1979, um pouco depois da Copa da Argentina. Os primeiros botões da marca Gulliver faziam sucesso, sobretudo em bancas de jornais, algumas próximas da Avenida Paulista e nos magazines espalhados pela cidade como Jumbo-Eletro, Eldorado, Mappin etc. Na inauguração do Jumbo-Eletro, no começo da década de 70, meu irmão participou do evento com a presença de elefantes na porta do supermercado, com direito a passeios com o animal. Nas prateleiras do mesmo magazine, as caixinhas amarelas da Gulliver intituladas 'Grandes times do Futebol Brasileiro', de 1977, eram recordistas de venda, até mais que os Brianezi. Quem não gostaria de ter seu time de coração estampado nos botões de 'carinhas'? Meu primeiro campeonato catalogado foi em 1982, no auge da Copa da Espanha. O primeiro time campeão foi o Internacional (RS), sendo que todo o elenco era composto pelos Gullivers de 'carinhas': Luizinho (o rei dos botões de plástico, tenho até hoje), Caçapava, Waldomiro, enfim, um timaço. O blog mostra abaixo vários campeonatos dos anos 80 e 90, com as folhas todas 'amareladas', pela ação do tempo. Incrível, mas a minha letra era de uma 'criança' ainda, encantada com os campeonatos que fazia. Conheço gente que ainda guarda toda esta 'velharia' de papel, pode parecer loucura, mas são objetos que nos fazem lembrar de um tempo magnífico, onde a violência e o 'roubo' eram mínimos.
Colocava talco na mesa Estrelão. Os botões corriam mais. Cheguei a fazer na escola, ou melhor, no Colégio em que estudava no primário (chamávamos assim), arquibancadas de papelão grosso para a colocação dos bonecos Playmobil para imitar as torcidas presentes no estádio. O interessante é que se o time ganhasse, na próxima partida o número de bonequinhos no estádio aumentava.
Os Gullivers fizeram tanto sucesso que não jogava com os Brianezi, no fim dos anos 70. Tanto que o Clube do Remo da Brianezi 'duas faixas' que foi o primeiro exemplar que apareceu em casa no fim de 1977, era do meu irmão e só ele jogava. Não conseguia entender a razão, mas os botões de 'brinquedos', que eram intitulados eram melhores para as crianças. Em falar em Remo, este primeiro exemplar foi comprado com a ajuda de minha saudosa avó materna napolitana, num shopping center daqui de São Paulo. O Inter-RS também veio na bagagem. Lembro-me perfeitamente que o estojinho era fantástico, sobretudo quando abríamos e sentíamos o 'cheiro' de tinta nova e os celulóides brilhando.
Só em 1979 que eu comecei a ter contato com os 'oficiais', chamados assim. Os Gullivers não foram esquecidos, pelo contrário! Jogava Brianezi contra Gulliver nos diversos campeonatos da primeira e segunda divisão do Brasileiro. A mesa Estrelão foi substituída pela marca Coluna, esta que apelidávamos de 'Colunão'. Quem não se lembra que o ex-goleiro Emerson Leão era garoto propaganda dos botões Canindé, jogando na mesa desta marca? Era muito boa, por sinal. Parece que os Brianezi corriam melhor do que no Estrelão.
Mais tarde, com o advento de escudos da Revista Placar, a coleção aumentava. Comprava em bancas os mesmos Gullivers, mas não com as 'carinhas' (pararam por volta de 1981) e sim, com os times em escudos. Tirávamos os escudos e colávamos os da Placar. Foi assim que no final da década de 80 fiz um campeonato com 128 TIMES BRASILEIROS, uma festa!
Vejam abaixo a quantidade de times com os nomes completos de cada agremiação, o Estado e a cidade de cada clube.
Meu Deus, que loucura! Tudo em pról do futebol de botão!
Campeonatos antigos dos anos 80: folhas amareladas, mas com muita história. Saudades de um tempo que tínhamos mais educação, menos violência, o futebol era romântico e não presenciávamos tanto 'atravessador' de plantão. Até tinha na época, como tinha também político safado. Mas que nem hoje...ah! Atualmente só existe uma coisa na mente de cada aproveitador: $. "O resto que se dane", isto na concepção destas pessoas.
Bacana!!! Também tenho algumas tabelas aqui guardadas no meio da bagunça. Me lembro de meu primeiro campeonato realizado com 6 equipes, das quais 4 eram da marca Canindé. Teve turno e returno e o Vasco da Gama como campeão. Aliás, o Vasco é meu maior campeão brasileiro com três títulos. Parabéns! Curtindo muito o blogue. Me fez viajar no tempo! Valeu!
ResponderExcluirMuito obrigado, Adalberto! Fico feliz que tenha gostado. Abração,
ResponderExcluirSensacional. O meu 'estádio' não era de papelão. Era de pista de autorama TCR, sustentada por copos nas estremidades e no meio. Formava um anel de estádio direitinho e ali eu pendurava faixas de tudo que é torcida organizada que eu conhecia do mundo (ou das páginas da placar, vai...).
ResponderExcluirEra mais legal até montar o estádio todo e desenhar as bandeiras e faixas do que efetivamente jogar heh
Obrigado Dude! Tinha o TCR da Troll, comprado pelo meu pai, anos 80. Saudades. abração,
ResponderExcluirNoooosssssaaaaa, eu me lembro dos meus cadernos também com esta postagem, Mestre RB !!!
ResponderExcluirCadernos com as tabelas dos campeonatos que realizava, e também onde desenhava gols e jogadas que assistia vendo os VT's da TV Cultura, os "Gols do Fantástico", "Gol o Grande Momento do Futebol" pela Bandeirantes, entre outras...
Quanta saudade de um tempo que com certeza não volta nunca mais, Mestre RB !!!